O medo de tudo


Sei que eu desapareci.
Andem bastante ausente como mãe eu tbm acho.
Levando-se em consideração que meu filho está bem e que meu filho melhorou muito, acho q é só uma exigência perfeccionista mesmo.
Resolvi pegar esse mês para pensar em mim um pouco, como mulher, como alguém que existe um pouco além das limitações do autismo.
É muito difícil lidar com a culpa que isso traz, mas chega uma hora que vc pega um embalo tão grande na viagem que precisa dos freios.
Mas não é sobre isso que eu quero falar hj.
O tempo que Artur esteve em tratamento na Casa da Esperança foi valiosíssimo para nós e é até hj.
Os progressos, a segurança que sentimos todos os dias em saber q, na medida do possível, Artur está sendo tratado é indescritível.
Achávamos que só nos faltava agora conseguir a consulta com o Dr. Salomão, ter um diagnóstico exato por um profissional gabaritado e pronto. Seria só tocar a vida tomando conta das alergias.
Pretensão a minha não é?
Claro q é mentira isso.
Tem a escola tbm. Ano que vem já não é mais maternal, é o jardim e o que isso reserva para meu filho?
Sabe quando vc fica adiando ir na escola, conversar com as coordenadoras com medo do q vc vai ouvir?
E mais, isso inspira pensar no futuro. Acho q ainda não me preparei para essa parte. Eu adio pensar no futuro do meu filho, eu adio pensar em tudo q teremos q enfrentar: preconceito, desinteresse, despreparo, dor, tristeza, frustrações. Não, tenho medo, não quero!! Mas nunca poderei fugir de tudo isso para sempre.
Grande verdade é que a cada dia q passa, ele cresce e eu sinto que não conseguirei protegê-lo da maldade do mundo, que não conseguirei evitar tanta coisa ruim q pode acontecer com a gente.
Se eu pudesse, de verdade, gostaria de trocar de lugar com meu filho.
Eu sei q eu tenho a força necessária para enfrentar tudo isso, já enfrentei tanta coisa, tanta mesmo que enfrentar o preconceito, a descriminação, a imbecilidade do ser humano em relação com as diferenças eu tiraria de letra.
Eu sou bipolar e consigo ter uma vida 'normal' desde q eu não fale isso para ninguém.
Eu sou normal até q eu diga q vou num psiquiatra e tomo remédios.
Eu sou normal hj, pq eu decidir ser assim, mas meu pequeno, como fará?
Só de imaginar ele, com a sua hiperatividade, correndo no meio de uma sala enquanto a professora tenta ensinar outros alunos, só de pensar q isso vai ocasionar em medicações para ele, medicações essas que eu tenho pavor, eu morro, sofro por antecipação sempre.
A Casa recentemente trocou de neurologista e esta decidiu que a Casa não tem nada a acrescentar na vida de um autista. Eu sinceramente acho isso um absurdo. Será q lendo a ficha do meu filho, será q vendo a primeira avaliação que foi feita com ele não mostra a verdade?
Qdo usamos esse argumento, foi nos dito q se a Casa tivesse preparo, ele teria melhorado mais.
Então, quer dizer, se ele foi dispensado, ficará sem nenhum, isso sim é produtivo?
Estamos preocupados demais com isso, tristes tbm.
Segundo eles, parece q Artur não ficará sem tratamento, mas tbm não podemos mais contar com o tratamento dele até os 18 anos como acreditávamos.
Eu estou arrasada, não sei o q fazer, quer dizer, eu sei. Terei q ir à luta, brigar pelos direitos do meu filho.
Gente, eu acho um absurdo eu ter q brigar na justiça para que entendam e façam com q um autista tenha tratamento.
A Casa q Artur vai, é filantrópica, ou seja, ela não é obrigada a atendê-lo.
Teremos que ir atrás do plano de saúde, atrás da Prefeitura, teremos q implorar.
Isso é tão exaustivo.
Sabe q dói ter um filho assim?
Que por mais q amemos nossos pequenos do jeito q eles são e aceitamos o q Deus preparou para nosso crescimento, dói se sentir frustrado???
Dói aceitar q Deus achou q vc não poderia ser como todas as outras pessoas?
Que da mesma forma q vcs tem dificuldades de entender e aceitar as diferenças da sua vida, a gente tbm tem??
É uma aceitação diária. 
É um medo diário, pq a gente infelizmente não pode colocar nosso filho debaixo de nossa asa e impedir que qualquer um o faça mal.
O ano está terminando e eu continuo com a mesma choradeira que ele começou.
Peço desculpas a todas as pessoas que acompanham a minha história.
Sempre digo q tem pessoas q tem uma luta muito mais árdua que a minha, mas tbm tenho certeza de q ela compreende q a dor q eu tenho é a mesma, o medo q eu tenho é na mesma intensidade q a dela e que eu vou ser feliz como ela tbm consegue ser.
Temos tantas coisas a comemorar aqui esse ano.
O desenvolvimento do Artur foi espetacular e se for analisar o estimulo dado, digo mais uma vez: mais da metade foi amor, foi atenção, foi respeito, o tratamento ao meu ver foi apenas um adendo.
Não desmereço os profissionais, amo todos eles, respeito o trabalho de todos, mas sem dúvida, o mérito é das pessoas q estão a sua volta: pai, mãe, irmão, avôs, avós, tio, amigos, vizinhos, professoras maravilhosas e vcs. Sim, vcs todos q leem aqui e me ajudam a ter força mais um dia, mais um mês e mais um ano q se passou.


Para todos vcs, eu deixo o meu obrigada!!
O meu coração e a minha esperança de dias melhores.


Beijos









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Subestimando a ciência!!


A gente sempre tenta fazer tudo direitinho, segue todo o protocolo, mas às vezes, o desespero bate e a gente apela.
Foram longos 3 meses de feridinhas no rosto.
Cogitamos tudo e nada resolvia. Mudamos dieta alimentar, "N" pomadas, anti-alérgicos e NADA resolveu. 
O desespero tomou conta de mim, até q resolvemos levá-lo num farmacêutico bem antigo em nossa cidade e.................com uma pomada certa e um anti-alérgico certo, tudo sumiu.


Quem entende??
Anos estudando ou anos de experiência?
E não é a primeira vez q ele faz isso aqui em casa.
Não é correto? Não, não é, mas existem horas q o desespero toma conta e a gente adere. 
Agora estamos bem., mas calmos.
Artur continua progredindo. Demais, demais mesmo.
Isso tem nos deixado muito  feliz.
Ontem ele estava batucando num pote e emitindo sons com a boca tbm. Sim, ele estava cantando haha.
Vejo a fala dele se desenvolver tbm, hj, qdo ele fala, ele emite pequenas sílabas: pa-pa, ti-ti, bi-bi.
Sinal de q está dominando bem as vogais e sem pressa, acredito q vá dizer algo.
Acreditem se quiser. A ausência da fala dele ainda me dói.
Qto mais o tempo passa, mais é difícil estar num fila e ver uma criança do tamanho dele falando.
É horrível, os olhos enchem de lágrimas, nem sempre eu consigo esconder. Fico boicotando meu choro, dizendo para mim que é bobagem, tentando me consolar, mas PQP como dói.
Ao mesmo tempo, acho divertido ele se comunicar sem a fala.
Quer dizer, sem a nossa fala, pq ele tem a dele.
Ele está entendendo mais as coisas, onde ficam, como funcionam e isso é muito legal.
Ele já sabe q roupas são para vestir, sapatos para calçar, algumas vezes até tenta calçar os sapatos.
Ele tbm sabe onde ficam as coisas de comer dele e muitas vezes somos surpreendidos por ele com a sua lata de leite na mão pedindo para tomar.
Brinca de luta e não deixa de lutar.
A força de meu filho, o qto ele cresce a cada dia é um exemplo de superação incrível para mim, é o q me dá forças hj para seguir em frente, para não chorar toda hora, para ter esperanças.
Seus beijos, seus olhares, suas artes, tudo me inspiram, tudo me incentiva e eu já não penso mais no nada. Só oro a Deus pelo 'impossível' que já não me parece tão impossível assim.
Vejo tanta alegria em meu filho, ele sorri o dia todo e eu já tenho vergonha de chorar.
Vejo ele sorrir pq tem a mim, tem seus pais, tem pessoas q ele ama de verdade e eu já tento nem sofrer, pq eu tenho tudo oq ele tem e ainda falo, ainda compreendo o mundo em que vivemos.
Artur é tudo o q eu mais precisava na minha vida.
Assim como não compreendo pq ele não fala, não compreendo pq eu decidi q ele deveria chegar na minha vida, mas o compreendo perfeitamente.
Artur é minha lição, meu maior exercício, a certeza de q eu posso e deve ser feliz de qualquer jeito, pq todo dia ele olha para mim e diz com seus olhos e sorriso: Mamãe, eu sou feliz e te amor demais!!!
E ele alimenta a minha alma assim, vivendo e se superando todos os dias.

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O caminho mais difícil é o melhor!!!


Quando a gente é pequeno, o mundo é tão grande, a gente vê tudo tão imenso.
Eu ainda me lembro de estar na casa de tios, com uma calça de camurça vermelha, com desenhos nos joelhos, olhar pra cima e ver os adultos tão grandes. Lembro tbm que eu já queria saber como o mundo funcionava.
Cabelos louros, cacheadinhos, uma bonequinha.

E desse tamanho a gente já aprendia que se fizesse algo de errado, merecia umas belas de umas palmadas.
A gente cresce, apanha muito e sempre, ainda mais eu q sempre fui TERRÍVEL.
Daí temos nossos filhos, claro, a gente sempre pega a parte BOA (??) de nossa educação e usa.
A Laura nasceu e cresceu e eu achava q era correto dar palmadas, tapinhas na mão e afins.
Daí nasceu o Artur. Desde o começo foi tudo diferente. Eu tive q entender q ele era uma criança diferente mesmo antes de imaginar q ele realmente fosse 'diferente'.
Os choros dele eram ensurdecedores, ele não fazia nada do que um bebê deveria fazer (oi??).
Mesmo que não fosse tão simpatizante assim me rendi à cama compartilhada, ao colo, comprei um sling, não deixei chorar .
Tudo como manda o figurino, muitas vezes não por opção, mas hj sei q valeu a pena cada minuto de dedicação.
Daí, veio o espectro Autista, meu filho cresce, mas não cresce como as crianças que "merecem ser educadas com palmadas, tapinhas nas mãos" e ainda assim que crescesse, ele não levaria mesmo.
Artur tem diversas dificuldades de entendimento.
Não adianta eu querer xingar, reclamar, dar bronca, colocar no cantinho de castigo, fazer cara feia ou até mesmo lhe dar uma 'bela' palmada. Ele não vai entender o q eu quero.
Como fazer?
Tenho um filho q qse 4 anos, que precisa de limites, que precisa de orientação, como fazer?
De verdade eu não tenho receita, a gente tem q se virar.
Algumas vezes uma ou outra dica nos ajuda, mas o sentimento, a intuição é minha grande parceira nessa altura do campeonato.
Artur sabe muito bem o q é não e o acata perfeitamente, leia-se com birras e gritos, mas q duram 10 segundos.
Artur hj atende qdo o chamamos, mas SE ELE QUER, bem típico deles mesmo.
Artur tem crises de choro, crises de dores q acredito q possam ser de cabeça, barriguinha e grita se a gente deixar por mais de uma hora.
É desesperador. 
Acho q não fosse ele ter todas as dificuldades que tem, eu não saberia metade do q eu sei.
Não teria metade do amor e da paciencia q tenho com ele e teria com qualquer criança que precisasse ficar comigo.
Eu o vejo chorar, meu coração inunda de lágrimas, de preocupação, algumas vezes de desespero tbm e a única coisa que eu consigo fazer é tentar fazê-lo parar.
É demorado, é doloroso.
Uns chamariam de birra uma criança chorando, gritando, se debatendo, inconsolavelmente. Vc olha, não é dor, não é nenhuma necessidade física, nem fisiológica, é apenas uma necessidade emocional. Não tem dia, não tem hora, às vezes acontece às 3hs da manhã, outras na hora do almoço e ele vomita tudo o q comeu. E a gente tem q estar lá, firme forte, compreendendo que tem q parar e parar COM AMOR.
O amor é o caminho mais difícil de se educar um filho.
A paciência, a conversa, o diálogo, um abraço para cessar uma birra é o caminho mais longe e menos prático para se educar um filho.
Pq ter tanto trabalho se um belo grito, uma bela frase humilhante ou uma 'bela' e certeira palmada pode resolver tudo mais rápido??
Fala-se muito que os pais antes batiam e os filhos os respeitavam, que o mundo era diferente, mas sabe, essas pessoas que apanharam dos pais naquela época são as mesmas pessoas que estão estragando o mundo. É algo muito relativo.
Eu não posso e não tenho coragem de bater no meu filho, de humilhá-lo com gritos e palavras pejorativas, manda-lo calar a boca e largar a mão de ser 'birrento'.
Muito pelo contrário: toda vez que meu filho chora e esperneia, ele mostra o quanto ele quer viver nesse mundo, o quanto ele é capaz de interagir e o quanto ele precisa ser orientado e conduzido para o melhor.
Ele não precisou apanhar para entender o q é não. Ele apenas foi tirado do lugar onde era perigoso para ele 10, 20, 30 vezes. Ele não levou palmada qdo fez birra, ele foi abraçado, foi apertado, foi desviado para fazer algo muito mais legal do que aquilo que queria fazer e foi negado. Meu filho não ouve gritos, pq quero q ele aprenda a falar, gritar ele já sabe, pq ele ouve muito bem e eu tive que aprender a despertar o interesse dele em me ouvir, em me entender, em se comunicar comigo, mas FALANDO com ele.
Fácil?? Nunca! Não foi, não é e nunca vai ser.
Eis uma criança sem palmadas!!!
É o caminho mais difícil, um tanto doloroso às vezes, mas sabe, o difícil às vezes, principalmente nesse caso, é o melhor.

Eu agradeço a Deus por ter me dado o Artur, pq ele me transformou numa mãe melhor. Não perfeita, não superior, mas numa mãe mais humildade e conformada de que eu tenho um filho para criar, para educar e principalmente, AMAR.

E só resta eu dizer que: Se eu consegui, vc consegue tbm!!
Não bata no seu filho, não grite, não dê palmadas, não dê castigo, DÊ O SEU AMOR!! E já basta!! Eu garanto!!

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Erros Inatos do metabolismo e Erros NATOS de mãe


Essa semana que passou foi bem intensa aqui em casa.
Coincidiu de Artur ter avaliação médica em São Paulo na UNIFESP e na Casa da Esperança onde faz tratamento. 
Sobre a UNIFESP eu falei na POSTAGEM ANTERIOR.
Ja quinta-feira tivemos avaliação do Artur na Casa da Esperança onde ele faz as terapias.
Coincidentemente, foi com uma médica que eu gostaria muito de ter levado o Artur desde nossas desconfianças sobre o Autismo. Ela sempre nos foi muito recomendada. Pode não ser boa para todas as doenças, mas para o Autismo ela é top aqui na região que moro.
Bem, mais uma vez falamos sobre tudo, desde a gestação, da hipoglicemia ao nascer, do histórico dos meus irmão especiais, até chegarmos nas alergias.
Ela perguntou-me se lá na UNIFESP eles não juntaram o histórico todo (diarreia, hipoglicemia, alergias e especiais na família) e eu respondi q não. Então, ela me disse q acharia interessante pedir q eles realizassem alguns exames ou q investigassem a possibilidade do diagnóstico de ERROS INATOS DO METABOLISMO. 
Confesso que eu não curti nada nada isso, mas ela fez a cartinha e indicou ou os exames ou a investigação.
Eu fiquei muito preocupada, eu não sou uma pessoa esclarecidíssima, não entendo qse nada dessa minha nova vida, mas eu sempre observei que Erros Inatos do Metabolismo ocasionam em Síndromes e algumas delas degenerativas.
Eu gostei da consulta pq o Artur foi espetacular. Tudo o q a Dra ensinou a ele, ele repetiu, igualzinho.
Ela pegou uma girafa e colocou pecinhas dentro da boca dela ele não só fez igual como tentou encaixar as pecinhas nos buracos q tinha nas laterais dela q eram justamente para encaixar mesmo.
Ela pegou uma bola e jogou dentro de um vaso de brinquedo, Artur foi lá e fez igual. Ela pegou cubos e fez uma pilha, Artur foi lá e tentou fazer tbm. Ele não ficou alheio ao ambiente, muito pelo contrário, deu um trabalho danado tirá-lo de dentro da sala, pois ele queria brincar, brincar e brincar.
Fiquei muito intrigada com esse papo de EIM, tentei pesquisar pelo celular, mas confesso q a literatura q encontrei pela internet não ajuda em nada.
A Dra. disse q a perspectiva de melhora do Artur é muito boa, q ele vai melhorar e muito e eu fiquei muito feliz com isso, por mais q eu sempre me faça de forte e seja meio 'cética' com relação a isso = medo de me decepcionar, a verdade é essa.
Sábado foi um dia muito agitado na vida do Artur tbm.
Fomos numa festinha de crianças, muitooooo cheia. Eu o levei para essa festa com o intuito de ver o comportamento dele e falo: ele foi PER-FEI-TO. Impecável. Se divertiu, brincou, correu, levei seu pãozinho  com margarina q ele adora, o seu suco e ele como sempre, não deu a mínima para a mesa (leia-se bem: MESA) de bolo q tinha na festa. Levei bronca pq não avisei q ele é alérgico a leite, se avisasse teria bolo para ele =D. Aprendi q ter amigos não tem preço.
À noite então, foi bem legal, tínhamos um evento para ir, como não estava muito propício para ele, resolvemos comer umas esfirras. Artur andou cerca de 1km, de mãos dadas com o papai e a mamãe. Ele ficou tão alegre, olhando as luzes, os carros. Não teve barulho de moto q o tirasse a alegria e nem cansaço.
Fomos comer, pedimos um suco para ele q não caiu muito bem. Artur passou mal, vomitou, tivemos q vir embora e ele teve doreszinhas a madrugada toda. Bem, não se pode ter tudo, né?
Mas doeu meu coração ver meu pequeno chorar pq eu sou uma tonta mesmo. rsrsrsrs
Bem, é isso.
Rezando muito para q esses 2 meses passem logo para irmos à UNIFESP ver se resolvemos de vez essa história de alergia alimentar;


Beijos
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Os bastidores de uma alergia alimentar


Então um autista necessita de rotinas. Quando pensamos na palavra rotina, eu pelo menos penso em estabilidade.
Mas, eis que a vida veio me mostrar q isso não é verdade.
Ter um autista em casa não é nada estável.
No caso do meu, que veio com a característica marcante da alergia alimentar então, pior ainda.
Tenho me pegado a pensar em que força é essa?
Eu dava de tudo para meu filho comer, a introdução de alimentos com ele foi magnífica, ele NUNCA teve nenhuma reação alérgica até 1 ano e 8 meses, pq tem q ser assim tão complicado??
Pq meu pequeno precisa sofrer tanto??
Eu realmente não entendo. Quando acreditamos que o diagnóstico seria a solução de nossos problemas, veio a alergia, quando descobrimos a alergia e retiramos o 'agressor', ela se mantém, cada vez de uma maneira, nos deixando sem ação.
Sempre uma expectativa, de q tudo melhore e nada.
Segunda-feira fomos ao Centro de Suporte Nutricional da UNIFESP.
A notícia boa é que eles conseguiram colocar o Artur na fila de espera com a equipe do Dr. Salomão Schwartzman e isso significa q temos agora a chance de um diagnóstico decente.
Na consulta no Centro de Suporte Nutricional, falamos sobre as manchas na pele de Artur. São bolinhas vermelhas e que deixam uma mancha vermelha em volta tbm. Não há pus, não são bolhas de água tbm.
O Dr. cogitou a possibilidade de uma alergia cruzada. Para quem não sabe, alergia cruzada é qdo a junção de dois alimentos resultam naquele alimento que a pessoa é alérgica, no caso do Artur, é a caseína, no caso do alimento q pode ocorrer isso, é a própria SOJA.
Ele foi avaliado tbm pela chefe da equipe e ela a princípio não acredita que essas bolinhas e manchas sejam resultado de uma reação alérgica e achou por bem, encaminhá-lo para uma Dermatologista.
Eu sinceramente, por mim, aceitava a condição de trocar o leite e tentar, mas convenhamos, o leite q ele deverá tomar caso seja uma reação alérgica é absurdamente caro. Nem sei como irei fazer, se bem que o próprio médico disse q eles me ajudariam a conseguir o leite através do Estado. 
Muitas vezes eu penso sim em retirar o glútem de sua vida, assim como a Cláudia Marcelino fez, mas admito que a quantidade de glútem consumida por ele é bem pequena, não sendo suficiente para 'crises' alérgicas como ele tem. Pq se fosse uma constante, eu compreenderia, mas as reações dão-se em crises e de uma forma onde eu muitas vezes não consiga identificar o que poderia ter ocasionado.
Artur engordou 1kg e isso é bom pra ele, tendo em vista que as diarreias sempre aparecem.
Ele se alimenta muito, muito bem, algumas vezes fico impressionada com a quantidade de comida que ele come e eu sempre brinco que o problema do Art não é a 'entrada' e sim a 'saída'.

A luta já começou, não tem dia, não tem hora para terminar.
E talvez qdo eu resolver a questão da alimentação, eu tenha q começar a me preocupar com a questão escolar.
Muitos dias me pego pedindo a Deus para que tudo isso seja um engano. Que um belo dia Artur acorde falando, pedindo leite, falando q quer descer as escadas sozinhos e ir pra escola ficar com os amigos, mas isso se dá em questão de segundos, pq logo vem uma auto defesa que me impede de ir além com esses pensamentos bobos, q só trazem sofrimento e nos tiram a força que precisamos para seguir em frente.
Não sei realmente o q Deus quer de mim com tudo isso, mas eu peço todos os dias para q Ele me mantenha longe de erros, pq quando a gente erra com nossas vidas, nós mesmos somos responsáveis pelas consequências, mas no caso de um filho especial, a coisa tem outra proporção e costuma ser muito, muito mais dolorosa.

Bem, é isso, por hora.

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Os autistas e as alergias


Ahhh gente, como é difícil entender as alergias do Artur.
Mas amanhã é o dia de eu e dizer aos médico que não aguento mais.
Não tenho palavras para dizer o qto foi importante a retirada do leite e derivados em sua vida, mas hj, já não é mais suficiente.
Diarreias, dermatites e tem dias que eu choro junto com ele por causa das assaduras.
Veremos como vai ser amanhã.
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Eu sou diferente e vc?


Diferente não é quem o pretenda ser. Este é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.

Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados. Para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentarem, caso um dia venham a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.

O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido com ele por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias são adiadas; esperanças são mortas. Um diferente medroso, este sim acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.

Os diferentes muito inteligentes entendem por que os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porque de quem o agride.

O diferente começa a sofrer cedo, desde o curso primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns professores por omissão (principalmente os mais grossos), se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial, em aleijão e caricatura.

O diferente carrega desde cedo apelidos e carimbos nos quais acaba se transformando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Os diferentes aí estão: enfermos; paralíticos; machucados; gordos; magros demais; bonitos; inteligentes em excesso; bons demais para aquele cargo; excepcionais; narigudos; barrigudos; joelhudos; pé grande; feios; de roupas erradas; cheios de espinhas; de mumunha; malícia ou baba; os diferentes aí estão, doendo e doando, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.
A alma dos diferentes é feita de uma luz além.

A estrela dos diferentes tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão os maiores tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.

Jamais mexa com o amor de um diferente.

A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois... 



(desconheço o Autor, infelizmente)
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Depressão Pós-filho


Eu reagi com muita força na descoberta da doença de meu filho.
Tive uma força sobre humana, ajudei muito gente com ela, mas com o tempo acabei percebendo o quanto não deu certo.

Eu nunca respeito meu tempo,nunca respeitei nada que viesse de mim e dessa vez não foi diferente.
Eu não me permiti sentir a dor necessária, eu não deixei o meu luto falar, não exteriorizei ele, eu o adormeci dentro de mim.
Numa situação dessas, todo mundo espera uma mãe desesperada, perdida, que fica chorando, lamentando, querendo que o mundo se acabe para q ela se acabe tbm.
E eu não deixei eu fazer isso, não me permiti.
Por um tempo, acreditei que fosse a melhor coisa que eu estava fazendo, eu era uma mulher forte, um exemplo de luta, determinação, eu era feliz.
Sim, por um tempo a vida caminhou bem, mas as noites sem dormir, a sensação de ter q largar a minha vida q nem era vida, até pq eu estava querendo morrer, foi me fazendo mal.
Eu passei a sentir "raiva" do meu filho, raiva de ter q fazer tudo na hora, de ter q seguir as regras q o autismo exige, raiva de eu não poder ser eu mesma.
Eu tinha um filho normal, daí, ele 'morreu', eu ganhei outro filho no lugar e eu não aceitei a maternidade q esse filho me oferecia.
Ela não era o q eu esperava para mim. E, ao contrário de uma mãe que espera 9 meses por um filho, eu esperei mais de 3 anos para entender como seria ser mãe do meu e isso me trouxe tristeza, revolta, muita raiva de Deus, da vida, das pessoas que tinham um filho normal e eu não. 
Eu sonhava com meu filho falando, sonhava com meu filho brincando como uma criança normal e chorava, sofria, sentia ainda mais raiva por não tê-lo.
Ter que entender q mesmo ele tem 3 anos ele não dormiria bem, não dormiria sem ser na minha cama, q ele não come sozinho, q ele não tem como ensiná-lo
ainda a deixar as fraldas me fazia mal a cada dia.
Eu trabalhava até às 19hs, me trancava no quarto, fugia dele noites a fio. Chorava pq meu marido ia trabalhar e me deixava sozinho com ele. Foi o pior momento da minha vida. Eu  sentia que
não amava  meu filho e eu sabia disso.
A vasta experiência q eu tive numa comunidade do orkut, sempre observando, sempre tentando ajudar mulheres com depressão pós-parto me ajudava a compreender q eu estava numa ocasião semelhante.
Observando que eu me identificava com muitas coisas q as via descrever foi que eu compreendi q precisava de ajuda.
Procurei meu psiquiatra q é uma droga, claro e fui atrás dos meus remédios.
Eu sabia q eles não me ajudariam em nada. Como uma perfeita bipolar eu sempre acho os remédios uma estupidez, mas eu precisava fazer isso não por mim,
mas pelos meus filhos.
Eu sabia tbm que enquanto eu não me resolvesse dentro de mim, enfrentasse meus conflitos e PARASSE de segurar a dor de não me conformar em ter um filho especial dentro de mim, eu não teria forças para viver.
Então, fui aceitando essa raiva, esse ódio, essa revolta, deixei ela aflorar.
Senti raiva do mundo, senti raiva de Deus, senti tudo o q eu podia sentir e fui tentando explicar para mim mesma que era só disso que eu precisava.
Fiz, não sei se fiz bem, eu não tinha tempo para esperar uma terapeuta ajudar, meu trabalho é puxado, depois tem as rotinas do Artur, tem a Laura tbm, eu fui me virando sozinha como sempre.
Aos poucos fui aceitando que ao contrário do q eu fiz no começo, eu podia sonhar, fazer planos, acreditar numa melhora de meu filho.
E eu fui melhorando, o relacionamento com ele foi ficando melhor, ele é muito carinhoso e beijoqueiro, ficou fácil fácil me amolecer. rsrs
Qdo a gente tem um filho e sente "ódio" dele sabe q pode estar com depressão pós-parto, é triste demais, a gente perde o rumo, se sente um monstro, mas de repente, sentir isso de uma criança especial, as coisas tomam uma proporção gigantesca, mais cruel e desumana e se eu não me conhecesse o suficiente para compreender q já estava em outra crise depressiva e não procurasse ajuda e,o mais importante: ME ajudasse, nada estaria bem novamente.
Hj eu estou muito feliz, coloquei a meta de parar de olhar um pouco para meu filho como deficiente, como autista, tenho tentado tratá-lo mais como uma criança normal, pq de tanto me focar nisso, eu já não sabia mais se ele fazia certas coisas pq é especial ou apenas pq é criança e tem
dado certo.
Estou muito, muito feliz, satisfeita, a voz do meu filho não me irrita, saio do trabalho e venho direto pra casa, tenho seguido a rotina dele dentro das minhas limitações e estamos indo muito bem.
 Tive muito receio de colocar essa postagem aqui, mas sabe, essa sou eu, criei esse blog para falar sobre a minha viagem como mãe. Não vou esconder isso de vcs, até pq não poderia esconder de mim, a pessoa mais interessada no assunto.
O mais interessante disso tudo é que eu sofri calada, talvez as pessoa mais próximas tenham notado que eu não estava bem, outras eu até me senti à vontade para dizer, mas a maioria das pessoas do meu convívio nunca poderiam imaginar que a minha vida é assim, que eu sou assim.
Vai ter quem se assuste, vai ter quem se identifique, vai ter quem me ache mesmo um monstro. Mas eu sou apenas a Roberta, mãe do Artur e da Ana Laura que está tentando ser mãe da melhor maneira possível, a mãe q eu sei ser, a mãe que quer crescer com seus filhos.

Beijos
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Seguir em frente


E o barco da vida segue.
O que era desconhecido ontem, fez parte de nossa realidade hj e o que era uma provável realidade ontem, não é tão dolorida e limitada como é hj.
Um dia meu filho era 'normal', no outro era autista. Hj ele é o Artur.
Com suas limitações que a cada dia são superadas.
Ontem eu tinha mil fotos do sorriso do meu filho, depois ele não sorria mais.
Eu precisava tirar mais de 20 fotos e rezar para que no intervalo delas ele sorrisse e eu conseguisse captar.
Hj eu tenho a sensação de meu filho estar voltando, hj é só ele ver a luz da máquina e do flash que abre o sorriso mais lindo do mundo. \0/
Hj tbm ele voltou a dizer "AQUi = ARRIII" qdo a gente pergunta onte está o Artur.
Claro que isso não me traz falsas expectativas, mas traz muitas expectativas sim!!!
Recentemente vi meu filho dando cambalhotas sozinho, vejo meu filho chutando e sorrindo para uma bola, vejo meu filho brincando com um carrinho de maneira correta, vejo ele sorrir, vejo ele pedir com gestos o DVD q ele gosta, escolher qual filme quer ver, ensinei-o a acender a luz, a mudar de canal no controle remoto, ele nos chama para dormir, ele pede suco, leite, comida, vejo meu filho progredindo a cada dia e isso tem nos deixado muito felizes e esperançosos.
Eu quero um filho independente, mesmo que ele não seja do jeitinho que eu sonhei um dia.
Por ele eu mudei a minha vida, mudei os meus sonhos e por ele eu vivo hj e sempre.

Não deixo mais de sonhar, não adormeço mais meus sonhos, eu apenas mudei eles e é assim q tem q ser.

Beijos.
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Feliz dia dos Pais




Houve dias em que eu era muito triste com meu pai.
Não concordava com a forma q ele levava a vida e muito menos como nos criava.
Brigávamos, eu era muito malcriada, não só com ele, mas com minha mãe tbm.
Depois que eu tive meus filhos, eu vi tudo com outros olhos.
Aprendi que por mais que a gente não consiga sempre, a gente tem q tentar deixar o q passou para trás, seguir em frente e é isso que eu tento fazer.
Todos nós temos a nossa missão nessa vida, todos nós temos uma lição para aprender e é o q eu tento fazer.
Como eu disse, não dá certo sempre, não sou perfeita, acabo me descuidando, mas hj eu consigo ao menos entender que eu tenho q ser uma boa filha para meus pais.
Principalmente meu pai, q divergimos tanto.
Aprendi a olhar as situações de maneira diferente e respeitar suas decisões.
Somos resultados de nossas escolhas, não adianta e vcs não fazem ideia do quanto me fez bem entender q o fato de eu achar que meu pai não foi como eu gostaria, não me daria o direito de não ser uma boa filha para ele.
E é o q eu tento fazer, ser, lutar e viver pra isso.
Entender suas necessidades, respeitar suas decisões e estar em harmonia para q possamos comemorar juntos suas e minhas vitórias.
E é esse o conselho que eu deixo para meus amigos hj: Sejam bons filhos, independentemente de terem tido ou terem bons pais.
Eu amo meus pais, amo meu papai querido. Joguei tudo de ruim fora e só fiquei com as boas lembranças, com o amor dele, q por mais que muitas vezes tenha me parecido esquisito, era amor, é amor sempre.
Obrigada por existir papai, obrigada por mesmo q de longe e talvez até mais de longe, sem trocar uma palavra sequer, me ensinar a ser alguém melhor muitas vezes!!!

Eu te amo!!!!

Daí a gente entra no pai dos meus filhos, né?
Gente, já disse mil vezes aqui: ele não é pai, ele divide a maternidade comigo.
Ele é quem fica com o Artur e a Laura qdo eu não posso estar e faz com que a minha ausência seja imperceptível para meus filhos.
 Ele merece cada sorriso, cada comemoração, todos os méritos de um pai perfeito.

E é pra vcs dois hj que eu dedico minha postagem, minha homenagem e deixo grande parte de meu amor: os Pais que amam seus filhos, que entendem suas necessidades e q não fazem seus filhos de instrumentos para ferir as outras pessoas, pais presentes, pais de se doam, pais que mesmo de longe amam, não deixam seu lugar vago.
Pais q SABEM ser pais.


Feliz dia dos pais !!!!

Nós amamos vcs!!!

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Vontando aos poucos.


Existem alguns episódios em nossa vida onde a gente tem q saber q hora correta de bater retirada.
Umas vezes são para sempre, outras apenas momentâneas.
Algo de extrema importância em nossas vidas é aprender entrar e sair de uma situação. Com amor, com respeito e dignidade para com os envolvidos.
E foi isso que eu fiz.
Fiquei um mês fora do blog.
Eu não estava bem.
Isso é fato!!!
Mas eu não podia fazer como todas as outras vezes: esperar eu chegar ao fundo do poço para procurar ajuda.
Finalmente, olhando para dias atrás, vejo o quanto aprendi e ficou claro para mim que o auto conhecimento é tudo.
Ao longo dos anos, aprendi a lidar com os sintomas de minha 'doença'. A gente vai aprendendo sentir o 'cheiro' dela, vai identificando as horas difíceis e aprende q se entregar não resolve nada.
Se um dia eu disse aqui q existem duas formas de enfrentar um momento difícil, hj eu tbm aprendi que às vezes vc não sabe ou não está com vontade alguma de lidar com o momento difícil.
Mas hj, hj eu cresci, eu sou mais, eu sou maior do q a minha dor na maioria das vezes.
Hj eu tenho o Artur.
Todo filho nos trás crescimento interior, nos trás uma superioridade inexplicável, mas o um segundo, um filho q exige mais atenção é muito bom.
Eu me vi adoecer antes de acontecer, eu me vi desistir antes de perder e corri atrás.
Procurei recuperar a minha fé, recuperar meus sentidos e seguir em frente.
O legal é q eu estou ótima, Artur está ótimo e minha vida está muito melhor.
Estamos bem e felizes e aqueles dias escuros não existem mais, adormeceram.
O luto se foi!!!!
Obrigada para quem soube me esperar.
Desculpe se meu momento ruim pareceu muito negativo, mas não se tem o controle de tudo sempre, não é?

E eu voltei!!
Firme, forte, terna, carinhosa, refeita e feliz!!

Até mais !!!!
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Quando pedir ajuda não resolve


Nas minhas últimas postagens fica nítido que eu não estou bem.
Não não estou bem mesmo.
Não bastasse tudo o q enfrento e o q já enfrentei na minha vida, eu tbm tenho meus problemas de saúde.
Eu sou uma idiota, não sei pq me abalei até outra cidade para procurar meu psiquiatra.
Ele é uma Samambaia de jaleco pq não faz NADA por mim.
E pq faria? Pq ele cobra R$ 200,00 numa consulta e talvez meu plano de saúde pague 10% pela minha consulta?
Enfim, depois de 4 meses, fui ao seu encontro.
A recepcionista é mais louca que os pacientes.
Me chama de Juliana, marca meu horário com esse nome, pega o meu cartão do convênio escrito ROBERTA e procura a ficha da JULIANA[???]. 
Qdo finalmente ela percebeu q meu nome é Roberta, achou minha ficha, empurrou ela em minhas mãos e disse: - Leve a ficha vc, não aguento mais olhar na cara 'desse homem' [Dr. Samambaia].
Agora imaginem: Eram 10 e meia da manhã, o q seria dessa moça às 20hs qdo o Dr. Samambaia atende seu último paciente?
Entrei na sala e já sabia que iria achar um cu de pessoa, quer dizer, um cu ele já é, talvez um cu com hemorroídas. [ódio]
Como sempre, ele apenas levantou sua mão para me cumprimentar, pq os olhos mesmo ficam na ficha. [tô no lucro, devem ser meus olhos esverdeados].
Falou tbm que eu não ia lá há 4 meses [descobriu sozinho?] e q isso ia atrapalhar meu tratamento com os remédios [remédios? q remédios? não tomo remédios].
Conseguem imaginar uma mulher de 35 anos, que atravessa meio mundo, viaja duas horas de ônibus para ir ao psiquiatra, pega a porcaria da receita e guarda na bolsa?
Não precisam imaginar, vcs estão presenciando a escrita desse ser: eu.
Enfim, disse a ele que não fui pq não tinha dinheiro, é uma meia verdade, pq pra que eu iria gastar dinheiro com viagem se não tomo os remédios? Sem falar q o trabalho tava puxado tbm.
Ele fez cara de quem não tem nada a ver com isso e eu dei um jeito de resumir minha estadia naquela sala, pq eu ando malcriada demais, desagradável demais.
Peguei a minha receita e como sempre saí de lá com a certeza de que se eu preciso de ajuda, sinceramente, não é dele q irei receber.
Enquanto isso, continuo com minha instabilidade emocional, na montanha russa de sentimentos lutando para conseguir fazer de conta q ela não existe, como todo mundo deseja que eu faça.
Afinal, meu filho precisa de mim, não posso adoecer, mas isso dá certo? Será q não adoeci justamente por pensar assim??
Bem, para essas perguntas, não tenho as respostas, o jeito é esperar.

Beijos

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Quem se importa??


Antes de mais nada, gostaria de dizer que a minha postagem não é direcionada à ninguém, não tem intenção de ofender ninguém e tbm não é opinião absoluta.
É apenas minha, mais nada.
Para quem se magoar com ela, minhas desculpas, para quem se ofender com ela, peço q apenas ignore ou tente pensar com mais carinho em tudo o q leu.
È MEU desabafo, é o q sinto.
Criei o blog justamente para isso e não acho justo comigo esconder o q eu sinto.
Talvez não seja agradável, mas está dentro de mim e como diz uma amiga: é importante EXORCIZAR as coisas.
Outro dia estava lendo o q minha amiga Lili falava sobre a perda da um filho e o texto falava sobre depois de tudo, que a gente tem q voltar à realidade, as pessoas querem e desejam isso, mas que realidade??
A delas não é possível, a nossa muito menos, dado q temos uma 'diferença' entre nós.
O que mais tem me irritado nisso tudo é em como as pessoas não se importam com vc nesses casos.
Em como elas querem q vc viva custe o que custar, ame o seu filho acima de tudo, sofra da sua dor CALADA, sem reclamar, sem chorar, sem lamentar e sem encher o saco.
Será que alguém consegue fazer isso? E se conseguiu, será q essa pessoa teve uma vida realmente boa?Nem vou entrar no mérito de feliz.
Uma coisa eu tenho aprendido: quem tem um filho especial não tem direito a nada além de cuidar dele.
Não há nada de mau nisso, não fosse a vontade de viver que todo mundo tem.
As falas são sempre as mesmas: Vc tem pq é forte. Deus lhe confiou pq vc pode. Vc é importante, é especial e....................não precisa de nada, só sorrir para mostrar o quanto é possível ser feliz tendo um filho especial.
Ah, que lindo!! E hipócrita tbm!!
Não estou reclamando de ter um filho especial, estou apenas falando no quanto as pessoas não se importam com quem tem.
No quanto a gente se sente sozinho, desamparada e abandonado pelo mundo.
Tudo é difícil, tudo é caro e tudo isso vc tem q aprender sozinho.
Digo sozinho pq apesar de sempre ter a companhia do meu filho, ele não interage tanto, não o suficiente para compreender o q eu sinto e talvez nem devesse.
Talvez ficasse magoado com o mundo, como eu estou.
Não quero ser injusta com ninguém, não quero desmerecer quem sempre está ao meu lado, mas me sinto só, abandonada pelo mundo e pela vida aí fora.
É como se eu tbm vivesse num mundo só meu, onde qdo as pessoas me vêem, tentam fazer de conta que não vêem.
Sabe quando as pessoas do meu trabalho perguntam pelo meu filho?
Um dia depois de eu ter 'faltado' no trabalho.
Sabe quantos amigos perguntam sobre o desenvolvimento do Artur?
Bem poucos, ainda assim somente qdo eu falo.
É como se o assunto fosse intocável, proibido e q não falar nada não fosse tão mais doloroso qdo falar.
Talvez as pessoas acham q é autopiedade e é mesmo, eu sou muito chorona mesmo, mas penso que enquanto isso não me impedir de viver, de lutar por dias melhores, posso chorar e reclamar à vontade.
Eu nunca fui de ficar chorando pra ninguém que eu tenho um filho especial. Muito pelo contrário, eu sempre me mostrei e fui otimista com tudo, sempre me empenhei em dar o meu melhor para enfrentar tudo isso, mas ultimamente não tem sido assim.
Sabe como eu me sinto?
Me sinto só, abandonada, desprezada pelo mundo.
O problema é meu? É sim, eu sei que é.
Mas não é fácil enfrentar tudo sozinha.
Digo sozinha pq muitas vezes eu tenho q ajudar o Ro a enfrentar isso tbm. Muitas vezes eu tenho que ajudar a Laura a enfrentar e até mesmo ao Artur tbm.
Eles me ajudam, me ensinam todos os dias como é importante tê-los, mas sabe, eu preciso de um pouco mais.
E nem é tanto, sabia?
Eu nunca fui muito boa comigo, eu nunca fui lá de me dar o valor merecido, muito menos de valorizar a vida, mas ultimamente eu sinto muita falta de mim mesma, de viver.
De acordar com os meus próprios olhos, sem temer ter esquecido algo, sem estar atrasada para o trabalho ou perdido o horário do Artur tomar seu café da manhã.
Eu sinto falta de estar casada, de ter um marido só pra mim. De sair para comer uma pizza, namorar, andar de mão dadas. 
Claro que vc vai me dizer que toda mãe passa por isso, mas vou contar uma coisa pra vc: Quando vc tem filhos, poucos olham ele para vc, mas qdo ele é especial, poucos QUEREM olhar ele pra vc.
Dá trabalho, vc não sabe como lidar, dá medo, não dá vontade tbm.
Enfim, às vezes vejo meu casamento por um fio, minha filha de lado, morro de medo dela sofrer por isso, não compreender q não é por vontade minha.
Tenho me esforçado muito para ter sua companhia, para ficarmos mais próximas, mas nunca parece o bastante, pelo menos para mim.
De repente vc descobre que seu casamento só existe para administrar problemas, mas até qdo?
Até quando todos vão conseguir?
Realmente, eu não sei.
Por enquanto a gente está tentando, mas qse não deu.
Eu não sei onde vou chegar com essa postagem, não sei nem se quero chegar a algum lugar.
Tbm não sei se quem o lê vai perder o interesse de lr meu blog diante de tanta revolta, de tanta incompreensão minha e pq não mimos meus?
Mas eu preciso dizer o q eu sinto, preciso tirar essa tristeza de dentro de mim.
Pq eu não aguento mais ser o tipo de pessoa que sorri o dia todo para mascarar toda a sua tristeza e algumas vezes mágoas e principalmente, frustrações que tenho em meu coração.
Ando tão decepcionada comigo, não consigo fazer nada direito.
Muito menos como gostaria.
Como eu disse no começo, não quero ofender ninguém, a minha vida não é igual a de ninguém tbm, minha postagem não é pra ninguém em específico, é apenas para que em algum lugar, em algum momento de minha vida, eu possa ser eu mesma.

Só isso.
 Uma música para minha postagem:



Beijos
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Sendo humana


Oi gente, quero pedir mil desculpas por minha ausência no blog.
Ando sem muito tempo, o trabalho tem me consumido demais e o pequeno tempo que me resta, acabo me distraindo pela internet, sem tempo de me concentrar para escrever.
Outras vezes é chato tbm pq eu sempre sinto vontade de escrever qdo estou triste.
Haja paciência, né?
Essa semana foi um pouco chata para mim.
Esbarrei com algumas situações um tanto chatas de lidar.
Eu trabalho em frente a uma escola municipal. É a escola modelo de inclusão da minha cidade, mas apesar de tudo, não sei realmente como funciona, só observo pela janela qdo as crianças estão na quadra.
Algumas vezes sou surpreendida por crianças empurrando as crianças cadeirantes e alguns professores alheios a isso, mas é de longe, não dá pra dizer se realmente é. Uma coisa é certa: mesmo de longe, existe carinho de quem está empurrando a cadeira. Enfim, seja com uma criança, a criança cadeirante está interagindo com outra.
Essa semana não vi os cadeirantes.
Foi uma semana especial para as crianças, teve gincanas, música, dança, futebol. Tudo muito divertido. Pra eles, claro, pq foi cruel trabalhar com tanta gritaria rsrs.
Mas, eu adoro crianças, chamo-os carinhosamente de 'catarrentos' e passei um bom tempo os observando pela janela.
Mas, como nem tudo são flores, é claro que tbm chorei.
Felizmente estava sozinha, havia chegado cedo e ninguém viu ou percebeu.
Ah, tocou uma música do Restart e ao ver as crianças todas eufóricas, cantando, em coro me emocionou demais.
Como eu disse, eu amo criança feliz, é tudo tão lindo.
Claro q me encho delas, todos nós, mas vê-las assim, felizes, cheias de disposição e alegres, me enche os olhos de lágrimas sempre. Até agora (pausa pra enxergar o monitor).
Nesses poucos minutos na janela, pensei tanta coisa.
Lembrei da Laura pequenina, que cresceu.
Não teve como não pensar no futuro.
Em como vai ser a vida do Artur.
Ah gente, é difícil viu!
Por mais que a gente viva, que a gente ame, não tem como não sofrer por não ter o filho como a gente esperava.
Não tem como não ter MEDO. É isso, o grande problema não é como meu filho é e sim como o mundo é com pessoas como o meu filho.
Por enquanto ele é pequenino, as crianças da idade dele não notam e nem ligam para as diferenças, é tudo tão mágico, inocente, mas e depois?
Eu já passei por isso com meu irmão e foi tãoooo triste. Tão doloroso.
No meio de tantas crianças uma me chamou a atenção.
Ela ouvia a música e dançava descoordenadamente, como movimentos típicos das estereotipias do autismo, mas como saber? Mania de achar um autista só de olhar [coisa de mãe].
Mas fiquei com uma dor no coração de não conseguir ver meu filho lá um dia.
Medo, tristeza, bobagem tbm.
A hora do hino Nacional então, chorei compulsivamente de olhá-los, todos sérios. compromissados com a pátria e triste por achar q Artur não saberá o q é isso [bobagem tbm, eu sei, quem pode prever? Eu q não sou, mas medo todo mundo tem e machuca].
Depois veio a hora do futebol. Ah q lindos!! E, vcs já sabem, né? Me entristeci mais uma vez.
No dia seguinte foi dia de reunião na escolinha do Artur.
Não sei, eu tinha q ir, sou tão ausente da creche, evito tanto ela, que as tias sequer me conheciam.
Olhar o cantinho onde meu filho passa maior parte da minha vida, foi bom. Olhar para a pessoa q cuida do meu filho e o educa qdo não estou perto tbm trouxe boas impressões.
Claro q muitas das coisas ditas não me agradaram, mas não foi nada grave, nada q não desse para fazer de conta q não ouvi.
Mas foi na hora em que ela nos deu as atividades das crianças que o bicho pegou.
Poxa, conviver com o Artur é como se toda criança da idade dele fosse como ele, entendem?
Mas, de repente ver as atividades em branco, um monte delas, ou apenas com um rabisco, foi doloroso.
Saber que a 'tia' não tem tempo suficiente para insistir, investir no interesse dele e que, sequer sabe como fazer, foi muito para mim logo cedo e depois de ter chorado tanto um dia antes.
Doeu sabe, pior foi olhar para as atividades feitas e ver q realmente meu filho não seria capaz de fazer aquilo, que provalvemente alguém segurou a sua mão e q pela quantidade de rabiscos, durou cerca de 3 segundos.
Senti mais uma vez o choro chegar, a garganta 'enozar', queria muito me esfarelar lá mesmo, mas senti vergonha. Realmente não consegui sentir orgulho de meu filho, não consegui ver nada de positivo naquela hora, só sofri.
Olhei para as mães, todas ansiosas em ouvir o q as 'tias' tinham a dizer de seus filhos e fiquei calada. Olhei para algumas delas e me perguntei: Pq eu não?
Eu podia ter ido embora, deixado tudo pra lá, assinar a lista, mas não, eu tenho essa mania besta de me mostrar forte, de enfrentar as coisas, de achar q eu posso tudo e fiquei.
Mas só olhava para as mães, uma a uma e minha mente fazia viagens.
Até que chegou a minha vez de conversar com as 'tias'.
Muitas mães haviam ido embora e depois de nossa conversa eu me senti melhor.
Vi que elas se preocupam com as necessidades dele, que apesar de não ter conhecimento detalhado sobre como cuidar de um autista, elas tentam cuidar dele para q ele se sinta bem e feliz.
Lá, ele come no cadeirão, com cuidado para não comer o q não deve, ele brinca no parque, gosta das plantinhas e do escorregador e é muito feliz lá. Tbm gosta de dormir no carrinho de bbpq sabe que é hora de dormir. Vi meu filho bem cuidado lá, fiquei feliz por isso. Elas tbm contaram que Artur anda malcriadinho, que tem batido em algumas crianças qdo elas o desagradam e apesar de ser uma conduta lá não muito correta, fiquei feliz. Meu filho não é apático e passivo, coisa que toda mãe tem medo, até mesmo as 'normais'. Agora é só estimulá-lo para que não continue assim.
Saí de lá mais refeita e contente.
Mas não posso negar, tudo isso tem me feito mal, não ando fazendo a lição de casa da vida direito, tenho sofrido com coisas sem resolução, olhado para coisas q não fazem bem e desejado algo q no momento não está no meu alcance.
Não tem como ser feliz assim.
Mas, tirando tudo isso, as alergias chatas, as assaduras, a revolta com os latidos dos cachorros, vejo meus filhos felizes e é isso que tem me ajudado a seguir adiante.


E quanta ironia, a música q me fez tanto chorar, tem uma letra bem parecida com a minha história e a do Artur:




Tentando ser forte, um dia de cada vez.


Beijos
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Explicando a postagem anterior.


Faz muitos dias desde a última postagem.
Mas acho que fiquei devendo uma explicação.
Bem, acho q todo mundo que leu a minha postagem deve ter pensado a mesma coisa: que eu chorava pelo o Artur ser como ele é.
E na verdade não foi isso q me desmoronou.
Foi algo muito além, algo q nem sei se conseguirei explicar.
Aquela noite, eu ouvi a voz do meu filho cantando, aquele filho que eu engravidei, aquele que eu verdadeiramente desejei, aquele q todo pai e mãe sempre sonhou.
Pois é, eu tinha um filho 'normal', que ia crescer, ia para escola e talvez hj estaria dançando sua primeira festa junina. Ele ia aprender a ler, ia falar palavrões e eu brigaria com ele.
Foi com esse filho que eu sonhei aquele dia.
Foi como sonhar com uma pessoa que se foi e deixou muita saudade.
E se for analisar, é assim mesmo.
Eu tive q deixar os ideais de uma mãe comum, tive q traçar outras metas, sonhar outras coisas, mas isso não quer dizer q eu não sofra em deixar a vida q sonhei para meu filho para trás.
Tbm não quer dizer q eu não ame o filho q eu tenho hj.
Foi como ter meus sonhos de volta, a vida que eu sonhei na minha mão e deixar de lado pq era um sonho.
Tudo o q eu senti me fez repensar muitas coisas, me fez entender melhor oq aconteceu comigo, o q acontece com toda mãe q passa pelo que passei.
Eu perdi meu filho, felizmente Deus me deu outro no lugar, mas não posso fazer de conta que não dói, não posso negar q seria muito mais legal ter aqueles meus sonhos de volta.
Mas isso não quer dizer que eu não viva e nem consiga ser feliz com a vida q Deus me deu, com os frutos q eu semeio hj.
Esse sonho mexeu demais comigo, não consegui mais vir aqui, não consegui mais postar e senti a necessidade de esclarecer os meus sentimentos tbm.
 Espero q tenha dado certo, que eu tenha conseguido me fazer entender.
 Junto com o sonho, viaram tbm surpresas maravilhosas.
Artur tem se mostrado mais esperto, ele tem 'falado' mais, não para de falar sua língua indecifrável um minuto se quer, sempre melhor articulada e algumas vezes esboçando muitas coisas.
Outro dia enquanto descíamos uma escada, ele repetiu diversas vezes a palavras: descer = eeeeessceeerr!
Ele tbm tem mantido mais contato visual, está mais beijoqueiro do q já foi. Tem brincado com carrinhos da maneira correta, tem pedido as coisas com mais clareza. Se quer DVD, liga o DVD e nos puxa. Ser comer, nos dá o copo dele vazio e nos puxa para a cozinha, pega seus brinquedos, os guarda tbm. Está mais ágil, mais interativo e mais conectado com a nossa vida, com suas rotinas, enfim. Ele progrediu muito no último mês.
Bem, acho q foi isso q faltou explicar, obrigada pelo carinho de sempre.

Beijos a todos.                                                                                                                                         
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