A mãe que trabalha fora


(Tô numa gripe, uma mal estar q mal consigo ficar sentada aqui.)




Não desmereço as mães que não trabalham, que ficam em casa apenas cuidando da casa e dos filhos, aliás, atualmente eu as invejo rsrsrs
Mas eu tenho duas amiguinhas bem especiais e estão prestes a deixar a licença maternidade (Anninha e Soraia) e encarar a vida real, o trabalho, a família e agora o filho.
Hj eu vejo q deixar um filho numa creche, numa escolinha, com babá seja como a amamentação: muito mais dolorido para a mãe do que para a criança.

Eu levei qse 10 anos para engravidar de novo, pq eu era contra deixar filhos na creche, não gostava, não confiava, morria de medo [ironias à parte, hj eu sou obrigada por outras maneiras a deixá-lo lá].
Mas voltando, eu não queria outro filho, do nada decidir tê-lo. Olhei para a minha vida e ela tava à beira de um caos, minha vida profissional, apesar de qse extinta, tinha a estabilidade que uma mãe precisa ter e qdo engravidei, tinha licenças significativas disponíveis para ficar com meu filho até q ele completasse qse nove meses.
Foi maravilhoso, em termos, não sou hipócrita. Amamentar exclusivamente, acompanhar tudo, ter um high need Baby em casa.
Até q chegou o grande dia. Quer dizer, a mãe não deixa para pensar nisso no dia, mentira, né?
A mãe fica sofrendo uns dois meses antes, pensando no que fazer, em como fazer, se o bb vai ficar bem.
Então, eu tinha q dar mamadeira para o Artur. Não queria não, mas quem ficaria com o Artur seria o pai, não sei se ele conseguiria dar leite na colherzinha para ele e muito menos se eu conseguiria ter disposição para tirar o leite e deixar para ele.
Encarei a minha realidade e comprei uma lata de NAN.
Foram duas semanas tentando e nada. Artur não aceitava a mamadeira, eu ia dando na colherzinha.
Só q eu não queria na colherzinha, temia q desse tudo errado.
E um dia, numas idas e vindas na internet, encontrei meu melhor amigo: O copo de transição e assim formamos um triângulo amoroso perfeito: Artur, o copo e eu.
Planejamos tudo para q Artur não precisasse ficar com ninguém além de mim e do pai. Organizamos nossa escala de trabalho e eu trabalhava um dia sim, outro não e o Ro no mesmo esquema à noite. Assim, não teríamos problemas.
Só q meu trabalho durava 12 horas, eu não estava afim do desmame.
Não foi fácil, colocar aquela farda q eu detesto, mas q paga as minhas contas, aturar pessoas q eu não gosto, um trabalho triste, estressante e sentir o peito cheio de leite.
Na hora do almoço, eu corria pra casa, tirava a camisa e enchiaaaaa Artur do meu leitinho.
Mas tinha o papai em casa com ele, né?
Como foi isso??
Ah, eu deixava uma listinha da rotina dele na geladeira, a papinha pronta, as roupinhas no jeito e apesar de tantas trapalhadas, deu tudo certo sempre.
Não canso de falar na perfeição que o Ro exerce a paternidade. Mesmo eu sendo exigente ao extremo com ele, ele tá sempre procurando melhorar e com a 'prática' ambos se deram muito bem sozinhos em casa.
Artur já estava de barriguinha cheia qdo eu chegava, mamava gostoso nos 'peitones' da mamãe e dormia gostoso.
Acho q era a pior hora de ir. Tirar meu pequeno do meu peito, vestir a roupa e voltar ao trabalho.
No trabalho, todo bebezinho que eu via, eu chorava querendo o meu.
Não perdia um sorriso e me lembrava a todo momento do meu pequeno, da sua alergia e sentia um aperto no peito por dois motivos: um deles era a tristeza e o outro era pq o peito estava sempre cheio de leite rsrs.
Acho que o pior dia foi quando eu fui levar dois bebes recém nascidos para o abrigo. As mães sequer quiseram olhar para o rostinho dos filhos e eu só chorava.
Uma criança mais linda q a outra, com um futuro incerto, uma tragetória de dificuldades imensa pela frente.
Crescer sem saber se vai ter uma mãe que o ame, q se preocupou em amamentá-lo exclusivamente, que vai pegá-lo no colo qdo ele chorar e fazer Remoção Gentil à noite.
Chorei muito, sofri muito esse dia, queria fazer algo, dar algo para eles que eles nunca tiveram ou teriam, e, contrariando tudo e todos, regras e normas, amamentei os anjinhos no caminho. Bem escondinho. Acho q eles mereciam aquele amor q eu sentia naquele momento.
E foi assim, a cada dia de trabalho que eu fui vendo o meu lado MÃE falar mais alto.
A cada febre inesperada, a cada choro mais intenso, meu coração doía, apertava e eu corria para casa.
Mas deu tudo certo. Artur é um meninão forte apesar das alergias, apesar das estereotipias, apesar de ser autista.
E me fez crescer junto com ele, me mostrou como ser independente, sendo independente de mim, ficando bem com o papai, me deixando com inveja, ciúme pelo papai saber tudo sobre o pequeno e eu perder muitas coisas.
Todos os dias agradeço a Deus por ter podido deixar Artur com o pai, estreitando esse laço de ambos e vendo-os crescer felizes.
Hj não é mais assim, Artur vai para a creche pq segundo à psicóloga, ficando com outras crianças da idade, q falam, ele vai ser estimulado.
Eu não queria, vcs aqui sabem disso, mas hj eu começo a dar razão para elas.
Nos primeiros dias foi sufocante imaginar alguém o mordendo e tirando sangue do seu rostinho, pensar que dariam leite de vaca para ele, danone, queijo e, principalmente, que iriam deixá-lo chorar.
Pq eu não deixo meu filho chorar, claro q qdo é birra eu até aprendi, mas qdo o ouço chorando, saio correndo pq Artur não chora à toa, por bobeiras e meu medo era esse.
Mas nós q temos filhos e precisamos trabalhar não temos alternativa a não ser acordar orando paciência para aturar as pessoas do trabalho e para a pessoa q vai olhar nosso filho.

E é isso q eu desejo para vcs duas: Anninha e Soraia.
Q as 'tias' que irão cuidar de seus pequenos, seja tão atenciosas qto as do Artur tem sido, apesar dos pesares, apesar a inclusão utópica q lá existe.

Boa sorte queridas e lembrem-se sempre: O que interessa num momento não é a quantidade e sim a qualidade q ele vai representar para seus filhos.

Beijos
  (desculpem, mas a gripe acabou com minha inspiração)
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