O que eu não gostaria de contar =(


Eu tenho uma filha tão linda!!!
Ela tem 13 anos e é muito inteligente.
Eu sempre me preocupo com essa idade, a adolescência é uma época muito marcante em nossas vidas.
Eu sempre digo a ela que se estamos todos juntos, é pq temos q enfrentar tudo juntos, tento ser amiga dela de verdade, não amiga permissiva, para descobrir seus segredos. Eu tento ser sua amiga para ouvir os seus sentimentos, para tentar ajudá-la, já que vivi tantas coisas q ela tem vivido.
No meio disso tudo temos o Artur.
Todas as dificuldades.
A Laura é meio que mãe dele.
São 10 anos de diferença, ela troca fraldas, olha o irmão, brinca, acompanhou tudo nele. 
A gente nunca escondeu nada dela, desde a desconfiança do autismo, até a hora do ATB, pq ela quer saber de tudo.
Somos uma família q interage de verdade.

Hj, enquanto eu dava jantar para o Artur ela me contou algo q arrasou comigo.
Disse que um 'japoneizinho' da sala dela estava conversando na sala e disse que os AUTISTAS SÃO SEM CÉREBRO.

E eu disse a lembrei de uma conversa que tivemos dias atrás sobre o preconceito. Que o preconceito é informação sem conceito. Q preconceito é falta de informação.
Q ela como irmã de um autista, tem que se munir de informações para metralhar os ignorantes.
Q algumas pessoas valem a pena vc perder seu tempo dando informações, explicações.
Já outras a gente pode sim destilar um pouco de seu sarcasmo.
Fiz brincadeiras dizendo oq ela poderia dizer ao menino: Ahhh, nãoooo autistas não são sem cérebro, sem cérebro são os anencéfalos, q esses costumam ter pouco tempo de vida, que ele estava se confundindo [totalmente recheado de sarcasmo]. 
Não que eu ache que um autista seja melhor ou pior, mas apenas para demonstrar informação.
Conversamos sobre o preconceito, sobre o qto eu penso q ela não deva se importar com isso.
Q eu temo sim que judiem de nosso pequenino na escola, mas que se formos viver em função desse medo, não seremos o suficiente fortes para defendê-lo, para dar qualidade de vida para ele ser independente.
Mas, que se ele não fosse, que ele teria nós todos ao lado dele para cuidar dele o resto da vida.
Daí, nos abraçamos, conversamos.
Eu pedi para ela chorar, falei q Deus nos escolheu simplesmente pq somos capazes.
Q chorar não é fraqueza. Q desejar q tudo fosse diferente não é crime.
Q eu choro tbm.
Ela me disse q sabe, mas que eu faço escondido.
E eu disse q não, que eu apenas choro, venho aqui no blog, escrevo, choro mais um pouco e q todos q me leem me ajudam.
Q ela poderia sim chorar comigo, que eu daria colinho para ela.
A gente pode e deve chorar, o q a gente não pode é viver chorando.
Que Deus nos escolheu pq temos capacidade de cuidar do seu anjo aqui na terra.
Já diz a sábia frase: Deus não escolhe os capacitados, ele capacita os escolhidos. Fomos escolhidos pq temos potencial e baseado nesse potencial é q devemos fiver.

E mais uma vez eu disse o q sempre digo pra mim qdo tenho vontade de morrer de tanta tristeza como hj:

" Existem duas maneiras de enfrentar as adversidades da vida: Com dor e sofrimento e com coragem.  Mas nenhuma delas vai impedir que vc passe pelo que tem que passar."

E acho q essa é a maior lição que eu posso ensinar para ela.


Gente, tudo isso acabou comigo.
As pessoas vem aqui, sempre dizem que eu sou forte, que eu sou guerreira e eu nunca acho isso.
Não com tanta veemência.
Mas hj, acho q depois do q vi, do q senti, penso q vcs podem sim ter razão.
Minha alma vive rasgada, entre a dor de não saber oq vai ser do futuro de meu filho, por viver pedindo o mínimo e lutando pelo máximo.
Temendo o preconceito, temendo o mundo q tem lá fora do meu mundinho.
Vou vê-lo sofrer, vou vê-lo chorar, como toda e qualquer mãe vê.
Mas nada me deixou tão triste e acabada do q ver a dor da minha filha.
De não poder confortá-la, de não poder fazer o q ela deseja.
A dor de ver a dor.
A dor de não ser invensível, de não ser Deus e não poder ao menos fazer meus filhos crescerem sem esse tipo de sofrimento.

De repente a gente tem um filho adolescente em casa, teme uma gravidez indesejada, teme doenças, teme as drogas e eu temo não poder aliviar a dor dela, q tbm é minha, que até hj não descobri o q fazer com ela dentro de mim e tenhho q ensiná-la a dar um jeito na dela.

Chorando, perdida, triste, mas com esperança de q a nossa conversa a faça sorrir novamente, pq dentro de mim é como se eu nunca mais fosse capaz de dar um sorriso.


[mamãe viajante ficou mais velha ontem. 3.5 com carinha de 3.4 e corpinho de 3.6]

vamos que vamos..... caminhando sempre.....rastejando tbm.

[SEM SACO PARA CORRIGIR ERROS DE DIGITAÇÃO E PORTUGUÊS, RELEVEM].
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