Direito, uma coisa sua.


Já repararam q a gente só sabe o que é nosso direito quando ele nos é negado?
Aí é a hora que vamos ler, pesquisar, consultar um advogado, a internet e tudo o q temos DIREITO.
Seria cômico não fosse trágico.
No meu trabalho, a lei que regulamenta minha função no que se refere a direito é minima e no que se refere aos deveres é de dar medo rsrs
Brincadeiras à parte, eu sempre digo q nós, os 'pobres' só temos um direito nessa vida, o de se F..#$%%.
Mas é sobre os nossos direitos e como eles realmente funcionam que eu quero falar.
Essa semana que passou foi a primeira semana de aula.
No primeiro dia ficamos sabendo q Artur estava sem uma auxiliar tanto na sala de aula, qto com a educadora na parte da tarde.
Primeiro quero explicar para quem não entende, pq uma criança especial precisa de uma auxiliar na sala de aula.
Existe uma "lei aí" que trata sobre a INCLUSÂO, seu teor fala que crianças com dificuldades físicas ou mentais devem estudar na mesma escola que crianças q não possuem dificuldades.
É linda!!
Acontece q a realidade não é nada bonita. Temos salas de aulas com uma média de 30 crianças uma professora e uma auxiliar (depende do Estado).
Aqui em São Paulo, existe uma lei que diz que a criança tem direito a uma auxiliar (só para ela) que irá cuidar da criança. Afinal, como uma apenas UMA professora irá conseguir cuidar, ensinar 30 crianças e atender as necessidades especiais de uma criança?
Resumindo, é um DIREITO de todos, mas não necessariamente uma realidade.
E chegamos ao que eu queria falar.
Se é direito do meu filho ter uma auxiliar na sala, pq ele não tinha?
Ele estuda lá desde o ano passado, a Secretaria de Educação tem conhecimento de seu caso em seus registros e.............. se eu não pergunto, se eu não vou atrás.......... fica como está até q eles consigam.
Quando eu consegui colocar minha cabeça em ordem (hj eu acho q coloquei, amanhã já não sei) a primeira coisa que eu decidi é que o mundo vai ter q engolir meu filho, ele vai viver no mesmo mundo que eu, vc e qualquer outra pessoa, ainda q com mais dificuldades que nós.
Então, fui atrás do direito do meu filho: uma auxiliar.
Fui na escola, conversei com a coordenadora, expliquei o q não era necessário, pois ela já sabe e ela falou-me que existe uma dificuldade em conseguir alguém, aliás, se eu tivesse indicações, contribuiria e muito. Perguntei a ela em qual órgão da Secretaria de Educação eu deveria ir, com quem falar e perguntei educadamente se ela se importaria de eu ir até lá solicitar a auxiliar, demonstrar meu interesse em resolver essa questão, ela disse que achava ótimo.
Fomos à Secretaria de Educação e conversamos com uma pessoa muito gentil, expliquei a situação, demonstrei a minha preocupação, falei sobre meu trauma com a outra escola, chorei claro, pq toda vez q me lembro daquele monstro e das imbecilidades que ele me disse, eu choro.
Optei pela cordialidade, a educação e o respeito, pq ao meu ver são princípios indispensáveis para se cobrar um direito seu e foi assim que eu fiz.
Eu poderia ter dito mil coisas, utilizar de mil artifícios, aquelas coisas de cidade pequena, mas eu estava pedindo um direito do meu filho, não um favor político e assim foi.
No final da tarde ao buscá-lo, já tinha alguém auxiliando a educadora e no restante da semana, tínhamos uma auxilar cuidando de Artur e a paz voltou a reinar em meu coração.
Posteriormente tive conhecimento que sim, tive uma ajuda política, alguém q me conhece há muitos anos, influente, mas que me ajudou por admirar a forma com que meu filho é tratado, a forma com que eu lido com as coisas e principalmente, porque eu não uso de artifícios assim para conseguir as coisas q são meu direito.
Que meu filho teria uma estagiária, é certeza, talvez levasse mais tempo, mas com a ajuda dessa pessoa influente, as coisas aconteceram imediatamente e eu só quero agradecer a Deus por ter me ajudado, às pessoas q me trataram bem e que acreditam no amor, no ser humano. Sei q a pessoa q me ajudou nunca vai ler meu blog, não vou citar nomes, pq ela fez sem q eu soubesse, sem q eu pedisse, anonimamente, soube por outra pessoa conhecida, mas enfim: OBRIGADA!!!
Gostaria infinitamente de não precisar da sua ajuda, mas infelizmente vivemos num país chamado Brasil no qual eu tento viver dignamente e fazer às pessoas o que gostaria q elas fizessem comigo, mas isso não é suficiente.
Eu não posso mudar o mundo, não posso mudar o sistema sozinha, mas posso lutar, batalhar, correr, chorar, implorar e brigar muito para q o meu, o seu, o nosso direito seja respeitado, hj e sempre.

NUNCA DEIXE DE EXIGIR SEU DIREITO, NUNCA PERCA UMA CHANCE DE MOSTRAR O QTO SEU FILHO ESPECIAL OU NÃO MERECE SER AMADO E RESPEITADO, NUNCA DEIXE SEU DIREITO PARA DEPOIS.







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2 comentários:

Drika on 14 de fevereiro de 2012 às 11:38 disse...

Roberta querida! Há tempos não passava por aqui, vc imagina o porque. Mas fiquei feliz ao ler seu post hoje, saber como vc continua lutadora e continua firme com seu pequeno Arthur. Força sempre amiga, estamos aqui torcendo por vcs! beijinhos
Drika

Tatiana Fernandes Xavier on 9 de março de 2012 às 09:10 disse...

Eu nao sabia que nesse caso a criança tem direito a uma auxiliar só p ela, vou correr atraz disso hj! muito obrigada por dividir seu relato!

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