15 de março de 2010


As lágrimas estão sempre aqui e eu nunca consigo um momento de me permitir chorar.
Não consegui ainda deitar no chão, chorar, espernear, berrar, gritar e até mesmo blasfemar, contra tudo e todos.
Eu achei q tinha conseguido "MATAR" a mãe do Artur, aquele Artur e aquela mãe que nasceu com a gravidez. Aquela mãe normal, de um filho normal.
Q ia apenas amamentar, acarinhar, ficar sem dormir, sem comer e ser totalmente abduzida pelo mundo materno. E q lindos são os ETzinhos desse mundo, não?
A mãe do Artur não morreu ainda. Talvez esteja em fase terminal, mas ela ainda está aqui, chora, estica os braços, pede para q a belisquem e chora dormindo pedindo a Deus para q tudo não passe de um sonho.

Talvez quem ler isso me ache ingrata, sinceramente eu ainda não desabei meu choro por pensar nas mães com filhos em hospitais, com câncer terminal, doenças q os fazem sofrer, sim, eu devo mesmo ser ingrata.
Meu filho é lindo, maravilhoso, tem uma saúde invejável. Está prestes a fazer 2 anos [18 de março] e só ficou gripado 3 vezes, nada mais.
Ele sorri, aparementente não sente dores, não sofre, mas ainda assim, eu sofro.
Sofro pq ele não é "normal", sofro pq eu descobri q por mais q eu seja umas das pessoas mais despojadas de preconceito q eu conheça, q eu ainda assim tenha preconceito e medo dele.
Q eu ainda queria viver de convenções e de ainda querer q todos olhassem para meu filho e pensassem: Q lindo, q esperto, como se desenvolve.
Ao contrário de como farão: Ele é autista! Coitado!!!


Sei tbm q essa visão depende demais da minha.
Eu sinceramente não penso assim do meu filho, mas eu temo o mundo, pois é nele q Artur irá viver e não em mim, não em torno da minha visão.
Vontade de aninhá-lo debaixo da minha asinha e não deixá-lo sair. De pedir a Deus para q me ensine tudo e q eu possa ensiná-lo sem precisar de ninguém. Precisar de pessoas q não precisam.

Talvez eu esteja sendo vaidosa, orgulhosa, mas pra mim eu só estou com medo.

A médica confirmou o autismo. Sim, temos um autista em casa. Somos uma família especial oficialmente.
Além do autismo a médica foi bem clara qto à hipótese de uma hipotonia, quer dizer, ele tem essa hipotonia muscular, mas ela quer saber se não se trata de uma distrofia muscular.
A verdade é q eu nem sei bem como é, mas eu sei q depois disso, senti muitas coisas se juntarem.

É por essa hipotonia q Artur sentou-se direito com 8 meses, engatinhou com 1 ano e andou com 1 ano e 9 meses.
É por essa hipotonia q Artur vive meio q cambaleando para andar, não coloca as pontas dos dedos no chão, vive caindo, não sobre escadas, não levanta as pernas, não consegue pular tbm.
Eu nunca, nunca imaginei q ele pudesse ter algum problema motor, muscular, sei lá.
Para mim, era apenas um atraso, mas não é.

Ai meu Deus, q dor eu senti, tenho sentido.
Quantas dúvidas me assolam e não encontro respostas.
Quanto medo de meu filho regredir mesmo a médica dizendo q o fato dele andar é um grande progresso.
Quanta angústia tem me perseguido desde então.

Não sei o que fazer, sinto-me perdida, quer dizer, não sei como fazer para conseguir o que é preciso.
Preciso de forças, forças para lutar, pois conseguir ajudar meu filho, precisarei de muitas.
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