A Inclusão existe, basta alguém querer e fazê-la acontecer!!



Essa semana eu tive 2 notícias maravilhosas a primeira é que ficamos muito felizes ao ver um Brasileiro alcançar o topo em sua luta. Nada mais merecido do que a conquista.
Ou melhor, poder mostrar para o mundo sua conquista diária.
Alexandre Lopes não é apenas um exemplo de professor, ele é um excelente exemplo de INCLUSÃO.
Muitos que adoram uma desculpinha bem da chata vão dizer que os EUA investem pesado na educação e tudo mais e eu concordo.
Mas isso não pode e nem deve e nem costuma desestimular quem realmente batalha pela educação. Antes de ter a minha luta pela inclusão, eu conheci professores maravilhosos que lutam e muito para educar com sabedoria TODOS os seus alunos.
Ver Alexandre Lopes ensinando crianças a serem cidadãos sem distinção me deixou muito feliz, me fez sonhar.
Essa semana também pedi uma reunião na escola que meu filho estuda.
Meu marido e eu estávamos APAVORADOS com tudo o que poderia acontecer.
Fruto de tantos traumas passados, mas que aprendemos que se não deixarmos ser tornar PASSADO não conseguiremos lutar pelo desenvolvimento de nosso filho.
Artur estuda nessa escola Municipal desde 2010.  Regularmente foi a partir de 2011 porque em 2010 tivemos muitos problemas com a alergia alimentar.
Lutamos por adaptação, lutamos por uma auxiliar, lutamos pela alimentação e tudo mais.
Em 2013 vimos o sucesso que tudo isso gerou.
Temos um filho totalmente inserido na escola, sem medo, sem traumas, que ouve a palavra ESCOLA e pula da cama. Uma auxiliar fofa demais que nos ajudou e muito tanto no desfralde quanto na independência com a alimentação.
Mas chegamos à conclusão de que era hora de mais.
Então era hora de ir à escola perguntar quais eram os planos dela para Artur. Queríamos saber sobre a parte pedagógica.
Nos vimos numa mesa redonda de verdade: Diretora, Coordenadora, Professora, Papai e eu, os dois últimos apavorados. A primeira coisa que a professora me disse é que se lembrava de mim e que foi professora de nossa filha mais velha na pré-escola também e realmente é verdade. 
Agradecemos tudo e fomos ao que realmente representava nosso desejo de estar lá: a questão pedagógica.
Admito que fomos preparados para o fracasso, para muitas coisas, menos para o que ouvimos.
A professora nos disse que tem feito cursos para aprender a ministrar atividades. Falou sobre PECs e tudo mais.
Fomos surpreendidos e ficamos maravilhados com o interesse.
Falamos muito sobre a realidade da inclusão em minha cidade e a diretora contou-me que na sala do Artur existe mais um autista e que ao todo na escola que tem até o 5º ano existem 10 autistas.
Foi muito bom.
Mencionei que Artur estava sem terapias e imediatamente a Diretora ligou para a Supervisão da Educação Inclusiva na Secretaria de Educação onde as coordenadoras me convidaram para uma conversa no mesmo dia na parte da tarde.
Saímos satisfeitíssimos com o interesse de nossa cidade pela Inclusão.
Mais tarde fiz minha visita à Supervisão da Educação Inclusiva e fiquei maravilhada.
Conversamos sobre o fracasso que eu julgo ter sido o dia 2 de abril, falamos sobre a escola do Artur, sobre nossas conquistas individuais e elas me contaram, muitas, muitas histórias lindas sobre a inclusão na minha cidade.
Falamos sobre a Lei, sobre a participação delas em debates, reuniões e tudo no que se refere a autismo e eu fiquei maravilhada com todo o carinho e cuidado que a inclusão tem sido tratada por aqui.
Ouvi a história de um autista que não se adaptou à escola regular e que quando isso ocorre, eles mantém uma sala especial para tentar melhoram a participação do aluno e que deu muito certo. O desenvolvimento do aluno melhorou em 200%.
Vi muito amor, comprometimento, estudo, trabalho, luta e vi que o ideal de Alexandre Lopes não está somente presente nos EUA, temos diversos Alexandre Lopes em nosso país e devemos prestigiá-los, acreditar neles, estimulá-los com nossa luta e gratidão também.
Também saí de lá com mais uma reunião marcada no Caps Infantil, mas como sei que está saturado e estou na fila de espera desde julho do ano passado, nem tenho tantas esperanças de conseguir.
Fiquei muito feliz em saber como a minha cidade engatinha para a inclusão e só rezo muito para que ela cresça a cada dia . 
Foi uma semana muito feliz.
E eu já não tenho mais medo da mandar meu filho para a escola e eu já não tenho mais medo de tudo e eu só sonho e desejo de que essa luta se estenda pelo país inteiro e que assim seja.

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O que importa?


Hoje aconteceu algo tão comum, tão rotineiro para todos nós, mas me deixou muito confusa.
Saí do trabalho e fui para o ponto de ônibus como sempre.
Lá tinha um senhor, próximo dos 50 anos, talvez.
Tinha uma sacola e esperava um ônibus também. Estava sujo, maltratado, grandes indícios de ser um morador de rua.
Quando um ônibus parou ele foi até o motorista e conversou algo com ele, não ouvi.
Tentei não olhar como todo mundo, mas nem deu.
Peguei meu livro, abri e tentei ler.
Ele voltou e o ônibus foi. Tinha um papel parecido com o um ticket na mão, mas diferente de todos os vales-transporte que conheço em minha cidade.
Notei ele sem jeito, começou a fazer comentários sobre a conversa com o motorista buscando ser ouvido por alguém, mas  todos foram lentamente caminhando para longe e eu estava bem ao lado de sua sacola.
Não consegui sair, sei lá porque. Não me senti intimidada. Continuei tentando ler meu livro empacado comigo há meses.
Mas, ele queria papo e então me chamou:
 - Senhora? 
Tentei disfarçar, mas não consigo, né? Olhei para ele:
- Senhora, tentei pegar o ônibus, mas esse ticket só vale R$ 1,20 aqui a condução é R$ 2,70. Pedi ao motorista para me ajudar, ele disse que não pode, tem câmeras nos ônibus, paciência, né? Ele tá trabalhando, eu não.
Concordei apenas com o olhar e ele continuou:
- Eu moro na rua, sabe como é. Não vou ter dinheiro mesmo.
E enquanto dizia isso, chorou. Sem manipulação, só notei a voz embargada e ele sem me olhar secando as lágrimas disfarçadamente. Consenti novamente com os olhos e ele parou de falar.
Nesse momento, minha mente que anda colossal, um tumulto na verdade, começou a funcionar mais ainda e como sempre, sei lá quem mora dentro de mim começou a me fazer mil perguntas:
Por que não ajudar?
Ah, porque ele está assim porque quer. As pessoas escolhem morar nas ruas.
Cada um é responsável pelo resultado de suas escolhas.
Ah, mas quem somos nós para falar das escolhas deles?
Ninguém.
Mas é final de mês, tô com pouca grana, po!!
Ah, me poupe Roberta, o que serão moedas para você?
Você trabalha, tem uma família, está triste, cansada, desanimada, mas vai chegar em casa ganhar beijos, carinhos, afagos, hoje é sexta-feira, vai ter reunião de família, lanche gostoso, conversa gostosa, risos...
Mas se eu der dinheiro, ele vai beber, usar drogas.
Roberta, você sabe, a sua parte termina com a doação, o que a pessoa que recebeu vai fazer com isso, é por conta dela.
Mas eu vou alimentar o vício e não estimular ele a mudar de vida?
Pessoas não mudam de vida por moedas.
Então, o que é certo afinal?????
Fazer o que seu coração sente que deve fazer. Pensar que julgar porque ele está ali, sem ninguém, sem dinheiro, sem comida, sem nada vai mudar sua vida? Nem a dele, pelo menos não hoje.

Depois dessa 3ª Guerra Mundial dentro de mim, peguei moedas em minha carteira e dei pra ele.
Ele chorou, me agradeceu alto querendo mostras às pessoas presentes que alguém o entende. Odiei ele por isso.
E ele chorando me disse:
- Não dá para pedir comida, fui num restaurante para pedir restos, o dono me escorraçou de lá ao chutes. As pessoas maltratam as outras sem saber o dia de amanhã. Ele não pode fazer isso comigo porque tem dinheiro, isso é hoje, amanhã, ele pode ser como eu. Ninguém sabe porque estou aqui e nem perguntou também. Obrigada!! Que sua família lhe receba muito bem, dona, você merece!!!

Pode parecer besteira, mas isso me deixou confusa, perdida e triste também.
Não é aquela hipocrisia de "me importo com a miséria humana e você não, mereço um troféu?"
Foi dor, a dor que sinto de ver pessoas tristes, de ver crianças apanhar, serem abusadas, estupradas, de ver gente doente, de entender e não aceitar que a vida é triste.
Ele não deve ter escolhido ser morador de rua, ele deve ter feito escolhas erradas para terminar assim.
Eu não escolhi ter a vida que eu tenho, os problemas que tenho, mas eu tenho.
Eu não escolhi ter um filho especial, me privar, me preocupar com tantas coisas, mas eu sempre espero e luto para que o mundo me entenda e para mim, deixar aquele senhor falando sozinho e sem dinheiro foi como estar chorando a minha dor no mundo e não ver ninguém se importar.
Não estou pobre, estou sem moedas, ele ficou com o nada dele e eu já não me pergunto mais porque dar ou não dar....

Amar não é sentir a dor do outro, amar é respeitar a dor do outro.


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O que o autismo fez com a minha vida.???


Primeiro eu não tinha nada.
Depois eu tinha um autista.
Fiquei sem nada de novo.
Mas deixando todo esse começo de lado, toda a luta que tivemos pela adaptação a nosso novo filho, eu quero falar dos meus erros.
Quero falar do meu medo e ver se eu consigo chorar.
Tá foda demais, sinto que vou explodir.
Enquanto percorro esses 4 anos do meu blog, comentários e mais comentários elogiam a minha luta.
Foram quatro anos para me adaptar a meu filho, para criar um mundo em nosso lar onde nosso filho se encaixasse e os outros membros da família não fossem excluídos.
4 anos e tivemos muito sucesso.
Perfeccionista como sou, aliás disse isso na última postagem, não poderia deixar de sofrer pelos erros que cometi.
Pausa para pensar nos traumas......
Antes do autismo, passei por momentos profissionais muito difíceis. Quem viveu comigo tá vivo até hoje para confirmar, não foi fácil.
Eu surtei, enlouqueci quando "me deixaram louca".
Essa frase resume tudo.
Um dia foi muito conveniente usar o transtorno bipolar à favor do mau-caratismo, não meu, claro.
Se eu 'ficasse doente' não iria atrapalhar e como se fosse a coisa mais simples do mundo, e creiam que foi, 'fiquei doente'.
Fiquei doente, era um risco ao trabalho, o meu trabalho fazia eu correr riscos e um blablabla do kct.
Ao mesmo tempo que em mil atestados eu era apedrejada com a palavra incapacitante, em momento algum a minha vida pessoal com relação a minha doença foi questionada pelos médicos que 'me tratavam'.
Ao mesmo tempo que eu estava enlouquecida, eu cuidava dos meus filhos, da minha casa, da minha vida como qualquer pessoa normal enlouquecida de ódio com tamanha injustiça.
Mas também deixando isso de lado, citei apenas para falar do medo que me impediu de fazer o que deveria fazer ou até mesmo usando como uma desculpa esfarrapada para justificar o que eu não fiz.
Eu não fiz.
Quando eu vi que meu filho era autista e quando eu vi do que um autista precisava e quando eu consegui o que ele precisava, eu me calei.
Por ser contestadora, por ser 'caruda' e aquela pessoa típica que tem a capacidade de ver a verdade e falar, tive minha vida profissional transformada nesse inferno que descrevi.
De repente, vi que a vida do meu filho em partes também eu também teria que ser e que diante das circunstâncias, ia esbarras nos mesmos lugares onde tropecei.
Tive medo e me calei.
Pensei e agi que era melhor ficar calada, sempre que abri a minha boca para falar sobre os necessitados, os necessitados eram donos de si e me perdi sozinha com as consequências de falar demais.
Coitadismos à parte, eu me calei diante do meu conforto.
Criei um blog e falei das dificuldades que enfrentávamos e enfrentamos.
Deixei minha alma falar.
Pensei, repensei e repenso sempre tudo o que digo aqui para não afetar ninguém.
E assuntos que poderiam afetar, calei, em respeito às mães que iniciam sua luta ou às mães que como eu, mascaram sua dor com paliativos (remédios, profissão, casamento, etc.).
Fiquei bastante ocupada, é fato.
E por 4 anos tudo isso me preencheu.
Desde que me deparei com meu filho no Espectro Autista, suas necessidades e as condições do país e principalmente da minha cidade, eu soube o que tinha que fazer.
Sabe o que eu fiz?
Dei as costas.
Tive medo.
Não tenho vergonha de dizer que tive medo.
Não me sentia e nem me sinto pronta para o que é preciso fazer.
Mas quanto mais o tempo passava, quanto mais as coisas aconteciam e quanto mais eu via a maturidade que adquiri nesses anos eu sabia que eu tinha que fazer o que deve ser feito.
Então eu estava num mundo perfeito, protegida com meu campo de força perfeito e do nada tudo desabou.
Quer dizer, do nada não, não sou cega, nem tonta, sabia que o fim estava próximo.
Sabia que meus objetivos com meu filho não estavam sendo alcançados, mas ao olhar em volta, deparei-me com o NADA.
E o NADA assusta.
Assusta a mim, você, todos nós que temos capacidade de escolha, de lutar por nossos objetivos, mas olhar para nosso filho indefeso e se deparar com o NADA é dilacerante, admito.
Tem 1 mês que não repouso, durmo, chamem do que quiser.
Raras são as noites que consigo dormir 6 horas sem acordar nenhuma vez.
Tenho tudo em mente o que é preciso fazer.
Mas não sei como fazer.
Não estou com pressa, mas o tempo urge e urra na minha mente como se cada minuto perdido fosse a esperança de meu filho jogada fora.
Me culpo todos os dias por ter deixado de fazer o que era preciso.
Eu odeio ficar me remoendo, acho imaturo demais. Errou, errou, sabe?
Limpa a porcaria que restou e começa por onde dá, fazendo o possível e quando vir, estará tudo engrenando novamente.
Mas quando é com nosso filho parece q dói mais.
Claro que eu tenho maturidade suficiente para entender que esse tempo foi o tempo que eu precisei para AMADURECER.
Hoje eu já não sou mais aquela menina contestadora.
Me tornei uma mulher que entendeu que sim, alguém que tem capacidade de observar coisas erradas é alguém inteligente.
É muito importante você ser uma pessoa observadora e formadora de opiniões, contestar coisas que julga erradas, mas aprendi hoje que se você não tiver argumentos maduros para projetar suas ideias no mundo você não é ninguém.
Torna-se tão ignorante quanto aquele que tapa os olhos com a peneira e não quer ver.
Não basta apenas ter a capacidade de ver o negativo a sua frente.
A maturidade está no que você vai fazer com o negativo.
Que caminho ele irá tomar?
Que proporção o negativo terá para interferir na sua vida?
O negativo lhe transformará numa pessoa negativa?
Não, não basta olhar as coisas erradas do mundo e falar, gritar, reclamar.
De nada serviram as denúncias sem uma apuração precisa, real e justa dos fatos.
Então precisei de 4 anos para amadurecer meu senso crítico.
Entendi que vou precisar correr atrás, criar oportunidades.
Infelizmente não tenho tempo e nem consigo fazer tudo sozinha, precisarei de pessoas e fica outro medo: lidar com 'gente'.
Gente é um bicho esquisito.
E além de lidar com gente, terei que lidar com gente que tem dificuldades, gente que tem suas dores particulares e também terei que enfrentar um medo tremendo que tenho: confiar em gente.
Crer que essa gente vai ter o mesmo ideal que o meu, me preencher de informação consistente, conseguir atravessar muralhas e lutar pelos direitos do meu filho.
Estou engatinhando.
Esses 33 dias me parecem suficientes para me mostrar que eu não vou conseguir outra alternativa.
Tenho sonhos, sonhos grandes, mas também tenho medo.
Medo porque bipolares sonham demais, né?
Medo porque até tenho os pés no chão, mas a cabeça, ahhh a cabeça ....sempre foi nas nuvens......

Sinto que preciso seguir em frente, mas não me sinto segura.
Orem por nós.
Meus propósitos são dignos e baseados no bem comum.....obrigada.


"Tentar te privar da dor, é quase tentar te privar do amadurecimento."
Pedro Medeiros



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Me corrigindo:





Se tem uma coisa que eu detesto na minha vida é falar do que não sei, quer dizer, uma não, duas: falar do que não sei e ter uma opinião sem ouvir os dois lados da questão.
Quem me conhece sabe que sou perfeccionista e que odeio estar errada, mas ao longo de minha vida aprendi que para não estar errado você tem que correr atrás do certo de maneira inteligente e sempre pensando no bem comum.
Pode parecer uma redundância, mas não é não.
Vejo pessoas dizendo tantas verdades por aí, mas quando procuro olhar os dois lados da questão o que vejo é alguém escrevendo algo assim: Ah, eu sei pq sou Advogado, eu sei pq sou Psiquiatra (exemplos). Mas onde isso é uma justificativa?
E porque eu, que não sou nada não posso ter uma opinião e porque ela não pode ser levada em consideração em nada? Só porque é contrária à sua??
Todos os dias aqui no facebook chovem postagens no meu feed de notícias de que os autistas são diferentes, de que temos que respeitar suas individualidades e todas essas verdades que quem convive sabe que são reais.
Se é assim, como vamos conseguir UMA LEI que beneficie todos os autistas se eles são todos diferentes???
Não vai ter como!! Infelizmente, lamento informar, mas não vai rolar.
O que eu entendo sobre a leitura do parágrafo único do Artigo 7º sem o veto é que com ele, os gestores escolares terão uma justificativa para nos negar uma vaga.
Sim, tenho histórias horríveis sobre a 'inclusão'. 
Carrego dores e traumas até hoje.
Mas eu não podia desistir. No caso do meu filho, a socialização tem sido importante para seu desenvolvimento. Foi na escola que ele aprendeu a comer sozinho e foi ela que me ajudou no desfralde também e mais, onde moro não tem uma escola especial e a que tem não o aceita por ele ser de outra cidade.
Deixando minha experiência pessoal de lado, quero falar sobre como muitas, não, não estou falando de uma, mas muitas pessoas veem a minha posição a respeito disso: uma mãe Neurótica, desocupada que ao invés de ficar com o filho e lutar pelo que é melhor para ele, fica de picuinha na internet.
Não, não li isso em um lugar, li em muitos, várias pessoas escrevendo isso. E por ser uma pessoa que olha todos os lados da questão, não me encaixei nesse comportamento.
E quero deixar claro: ESSAS PESSOAS TAMBÉM NÃO ME REPRESENTAM .
Quando me manifestei a respeito do veto do parágrafo do Artigo 7º eu fiz por ter a minha opinião e sim, ela foi criada a partir de informações.
Informações que eu busquei lendo, estudando e baseada também na minha vivência, na minha experiência decidi que não é viável para nenhum autista qualquer outra pessoa que não o responsáveis por ela terem essa autonomia de dizer que meu filho não tem condições de frequentar uma escola sem sequer ao menos conhecê-lo.
Afinal, você, eu, sabemos que os autistas não são iguais.
Eu não sou contra escola especial e o Artigo com o veto não deixa margem para que se acabe com as escolas especiais.
Aliás, onde estão as escolas especiais?
Para mim, são meio que caviar, sabe?
Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar.
Gente, não sou novata no mundo dos deficientes intelectuais.
Não mesmo, tenho um irmão 2 anos mais novo que eu que tem atraso no desenvolvimento e digo, não sou uma iludida ou uma lunática que foge da realidade brigando e batendo boca pela internet não.
Eu senti desde criança na pele o que a falta de vontade na inclusão faz com o ser humano.
Tenho sim um irmão alfabetizado, mas ele não concluiu os estudos e nunca mais quis ouvir falar de escola há muito tempo.
E ele foi alfabetizado porque?? Porque alguém aceitou o desafio e pelo esforço dele e da minha mãe. Acho lindo, mas já passou da hora disso acabar. De dependermos da boa vontade dos outros.
Há quase 30 anos não existiam leis protegendo nenhum deficiente praticamente e como vocês acham que essas pessoas aprenderam a fazer isso??
Por acaso foi ficando em casa que os deficientes físicos conseguiram rampas, nem que ainda sejam apenas em locais públicos ficando em casa se lamentando??
Não, aquele que tem o dom de lutar, aquele que ao invés de ficar olhando o seu próprio umbigo e tendo pena de si mesmo "CORREU" atrás de seus direitos e procurou ajuda de pessoas interessadas e que poderiam lhe ajudar, conseguiu.
Não foi criticando quem lutava por direitos que os deficientes auditivos conseguiram aulas de libras e muito menos por isso que cegos tem aulas em braile.
Não gente, essa lei não é muita coisa, mas é o que temos para nosso começo.
Lembro-me de ter falado sobre esse COMEÇO aqui no dia em que ela foi aprovada.
Que Mara Gabrilli nos ajudou e muito no quanto pode sobre a Lei 12.764 é inegável, que Berenice Piana também, muito mais, mas não é porque elas fizeram e fazem muitos pelos autistas que eu tenho que assinar embaixo de tudo o que elas fazem.
Não gente, isso não é gratidão. Não mesmo.
Eu serei eternamente grata a elas e a Deus por tê-las feito assim, forte, por elas terem meios de ajudar e lutar pelo direito dos autistas.
Infelizmente eu não me vejo tão forte assim, para andar o Brasil e lutar junto com elas, mas também não acho que ficar trancada em casa e cuidando da minha vida porque meu filho tem tratamento.
Admito, já fiz isso.
Há 2 anos eu fiquei calada. 
Achava que não valeria a pena correr atrás e lutar pelas coisas.
Mas sabe o que aconteceu?
Um dia acabou!!! Meu filho teve alta, o tratamento que davam não era o adequado e fim.
Fiquei sem nada.
Se eu tivesse feito as coisas diferentes, elas poderiam ser diferentes, eu sei.
Sei do que sou capaz de fazer pelo meu filho, sei que se eu estudar, correr atrás, com a minha personalidade posso conseguir muitas coisas e não só para ele, porque eu não tenho coragem de sair da minha casa e lutar apenas por um direito apenas dele.
Quando eu saio da minha casa para buscar algo para meu filho eu , a Roberta, saio pensando no seu filho também, de verdade.
Quando eu fui na secretaria de educação denunciar o que a coordenadora da outra escola fez com meu filho, eu disse que não queria nada, nem processo, nem indenização, meu desejo era apenas uma escola decente para meu filho estudar e que a Secretaria de Educação me garantisse que nunca mais mãe alguma teria que passar pelo que passei.
Quando eu digo que quero que o veto permaneça, eu penso no seu filho também.
Se você não tem tempo nem interesse de se preocupar com o meu, não tem problema, agora por favor, não me critique porque estou querendo lutar pelos direitos do meu filho, afinal, se eu conseguir, servirá para seu filho também.
Não tenho interesse em prejudicar ninguém.
E nem me desfazer de quem lutou tanto pelo direito do meu filho.
Mas a partir do momento que eu vejo a possibilidade da atitude de outras pessoas interferirem na qualidade de vida do meu filho, eu vou deixar de apoiá-la e não deixarei de buscar o que acredito porque ela acredita em outras coisas. E se você quiser fazer o mesmo, eu respeito e muito, mas não me critique porque penso diferente de você, tenha orgulho, afinal, nos damos o direito de pensar.
A nossa luta só está começando, precisamos e precisaremos de muitas "Maras  Gabrillis" ao longo de nossa caminhada, mas digo de todo meu coração, só andarei ao lado "delas" quando eu achar que isso irá beneficiar nossos filhos.
Como eu posso demonstrar minha gratidão a ela?
Mara Gabrilli precisará de meu voto para se reeleger, ela lutou pelos direitos de meu filho, ela me representou muito bem enquanto eu acreditei que ela poderia defender nossos interesse, mas nesse caso, apenas nessa questão de querer derrubar o veto do parágrafo, ela não representa o meu desejo que é ver o bem estar do filho de um monte de pais e filhos também.
Meu filho ama a escola, meu filho cresceu bem na escola e sofreu muito quando foi rejeitado e eu gostaria muito que a Lei 2.764 tivesse já sido aprovada na época em que isso aconteceu para que a pessoa que me humilhou e judiou meu filho fosse punida com as sanções que a lei prevê.
Mas eu sempre acreditei na inclusão, acreditei desde quando eu era criança e protegi meu irmão quando ele apanhava ou fazia aviãozinhos com o dever da sala e jogava num tanque escondido no canto da escola.
E eu vou batalhar pela inclusão na minha cidade o quanto eu puder. Nem que para isso eu precise me enfiar dentro dela.
Não, eu não sou histérica, eu não sou barraqueira, eu sou uma formadora de opinião, alguém que só retrocede quando vê que está errada.
E eu errei, vou me corrigir.

"MARA GABRILLI QUANDO LUTA PELA 'DERRUBADA' DO VETO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 7º E QUALQUER PESSOA QUE NÃO VEJA O BEM ESTAR DOS AUTISTAS DE UM MODO GERAL SEM DEIXAR SEUS PRÓPRIOS INTERESSES PESSOAIS DE LADO, NÃO ME REPRESENTA."

Não briguei com ninguém sobre esse assunto, não ofendi ninguém, mas me magoei muito ao ler em diversos lugares pessoas sem argumentos concretos falarem que porque eu quero que a escola aprenda a aceitar meu filho estou sendo egoísta e pensando na minha vontade apenas.
Porque se mesmo com leis as coisas nesse país funcionam muito mal, imagina dependendo da boa vontade dos seres humanos que existem nele?

Ninguém usava capacete a andar de moto, mesmo sabendo o risco que corria, a partir do momento que virou lei, que se tornou uma obrigação e doeu no bolso de quem desrespeitou, todo mundo se virou e se adaptou a isso e é assim com tudo: imposto de renda, que é obrigado, mas pagamos. E tantas outras coisas.

E assim encerremo-me corrigindo  minha falha e fazendo um pedido: Sejam generalizadores quando preciso e tenham um pensamento mais individual também quando preciso.
Sensatez nunca é demais!!!

Eu recomendo, faz bem!!
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