Pq as crianças ficam doentes.


Eu vivo numa luta incessante para entender Deus.
Mas por mais q eu acredite ou faça de tudo para acreditar q ele é a sabedoria maior do Universo, eu nunca vou me conformar pq as crianças ficam doentes.
É de uma judiação tão grande.
Essa semana o Artur está com dorzinha de garganta e a Laura rouca, nem tem mais voz.
Artur teve febre, inapetência, vômitos e acredito q dores de cabeça tbm.
Ficou desidratado e tivemos q levá-lo ao pronto socorro e ele tomou um soro demorado de dar pena.
Sério! Tive pena de mim e dele. Tanto q depois q ele tomou o soro, eu peguei um atestado médico para me recuperar de tão cansativo q foi.
Ele não aceitou o soro, ficou irritado, nervoso, batia a talinha q colocaram em mim, onde conseguia.
Fez uma força enorme para tudo, só ficou no colo, esperneando se debatendo de nervoso e eu tive q fazer muita força para segurá-lo.
Enquanto tudo isso acontecia, outras mães no quarto ficavam me olhando.
Eu cantava para ele e ele ia se acalmando, mas depois acho q sentia o incomodo da talinha do soro e ficava nervoso de novo.
Ele se debateu muito e é óbvio q numa dessas ele me acertou muitas vezes, me machucou.
Sabe, eu não fiquei nervosa. Eu sou uma mãe muito, muito forte. Nos dois sentidos.
Eu seguro para tudo, eu estou sempre junto, não arredo o pé um segundo de perto dos meus filhos quando eles precisam ficar no hospital.
Já passei 7 dias com a Laura internada num hospital, numa outra cidade, nem tinha como ir para casa mesmo.
Foi muito difícil, mas ver minha filha entrar lá morrendo e sair de lá correndo de saúde, valeu qualquer esforço.

Então, enquanto eu com toda a paciência do mundo ninava meu filho, pedia calma, com toda a calma do mundo, via o olhar de outras mães, questionadores demais, mas acho q estou me acostumando.

Umas perguntavam a idade dele, a outra perguntou se ele não falava. Eu respondo sempre, não gosto de grosseria gratuita.
Tbm acho importante eu falar sobre autismo sempre q posso, pq ninguém é obrigado a gostar de crianças ou pessoas especiais, mas acho q todo mundo é obrigado a saber do que não gosta, justamente para saber do que fala.
Então, veio a médica vê-lo e ela falou sobre o autismo.
Realmente eu não estava escondendo de ninguém, nunca escondo, mas tenho aprendido e tentado entender q o Autismo não é uma doença. Ninguém, adquire autismo, as pessoas SÃO autistas e só. O autismo é mais um jeito de ser, afinal, a gente pode ou não escolher uma maneira de ser e seja qual for, todos nós temos dificuldades.
E a do autista é se comunicar, se expressar e entender tudo perfeitamente o q se passa a sua volta.

Fiquei abismada quando ouvi duas mães q tinha o no quarto falando sobre o autismo.
Tinha informação, tinha um pequeno conhecimento e elas não me disseram: O q é autismo??.
Fiquei feliz de verdade com isso.

E no final, elas disseram, tem q ter muita paciência pq essa é a forma q ele está utilizando para se comunicar.
E eu fiquei orgulhosa de estar naquele quarto, apesar triste pela saúde de meu filho.

Depois q Artur desistiu de lutar contra o soro, senti a resignação dele, mas se ele havia desistido de se debater com a tala, ele resolveu explorar o Pronto Socorro e saiu andando por lá.
Eu morri de medo, ainda não confio plenamente na tal vacina contra H1N1 e tem mais, não é o único vírus perigoso q tem por aí.
Mas, para tentar acalmá-lo, fiquei igual uma pateta segurando a bolsa do soro, enquanto aquele pequeno homenzinho andava pelas dependências da pediatria.
Depois eu tive q levá-lo para o quarto, voltaram as birras, mas acho q depois de umas 4 horas nessa luta desenfreada com as vontades dele, ele cedeu ao cansaço e dormiu.
Nem preciso dizer q eram duas da manhã.
Assim q a enfermeira tirou o soro, a veia dele acho q estourou e jorrou sangue para todo lado, sujou o chão, minha blusa, meu cabelo, nós dois. Acho q foi a força q ele fez o tempo todo q contribuiu.
Viemos para casa e devido ao estresse q "ele" passou, ele dormiu muito mal, acordou diversas vezes e eu dei graças a Deus pelo atestado de acompanhante q o médico me deu, pois depois de uma noite dessas, eu acordei com muitas dores musculares.
Mas, graças a Deus, foi tudo bem, ele não teve mais febre, não teve mais vômito e até foi para a creche hj.
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1 comentários:

Bla bla blás de uma gravidez... on 17 de junho de 2010 às 15:24 disse...

Amiga, falando em paciência, quando tive o meu filho mais velho que hoje tem 12 anos, eu não tinha muita não... confesso que na segunda gravidez aprendi muita coisa, me tornei uma mãe mais calma, mais compreensiva e adquiri muita paciência, a gente aprende com eles neh.. isso é tão bom!
Te admiro, te conheço muito pouco, mas pelo que vc escreve, te admiro muito mesmo!
Infeliz mente nossos pimpolhos estão sujeitos á essas coisas chatas que estão por aí pra deixá-los caidinhos neh, mas isso passa amiga... e vc estará sempre forte pra apoiá-los.. tenho certeza!
Seu filho é "unico" e tem o jeitinho dele de ser, e isso o torna muito especial pra vc ... neh?

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