Os passeios


Ontem eu escrevia uma postagem aqui.
Como tantas outras, ela ficou pela metade rsrsrs
Ossos do ofício materno.
Eu falava sobre sair de casa. Sobre os passeios.
Mas sabe q foi até bom eu ter interrompido aquela postagem??
Pq hj eu tive constatações gostosíssimas sobre o assunto e também li um desabafo de uma amiga numa comunidade no orkut sobre os passeios.
Vcs não sabem como é difícil no começo sair com uma criança especial.
Falarei sobre o meu caso pelo menos.
As crianças autistas são sensíveis, não gostam de locais movimentados, não toleram barulhos altos, não curtem o contato físico e não se comunicam como as outras crianças de sua idade.
Mas, a deficiência delas está no intelecto e não tem demonstrativo algum físico.
Quer dizer, hj, depois de um ano, eu conheço um autista de longe, acredite se quiser rsrs.
As crianças de dois anos, enfrentam o Terrible Twos. E enfrentar isso com o Artur não foi fácil.
As birras dele pareciam maiores, as pessoas pareciam olhar ainda mais e eu não sabia mais o q fazer, só conseguia ter paciência.
Pensava q ser contrariado já grande, entendendo tudo não é fácil, sem a comunicação verbal, só resta mesmo com o corpo, com os gritos e afins.
Qdo a gente recebeu o diagnóstico de autismo (meados de março desde ano) tudo ficou mais difícil ainda.
Era muito complicado entender se ele fazia aquilo pq todas as crianças da idade dele fazem ou se era pq ele tem espectro autista.
Nosso pequeno estava crescendo, aprendendo a mostrar o q queria, o q o contrariava e nós estávamos totalmente perdidos.
Foi então e eu disse ao Ro q precisava de um tempo.
Falei q não queria sair de casa para passeios do tipo: pizzaria, festas, restaurantes, nenhum local público e fechado.
Lembro-me dele não concordar, de me olhar como uma tirana e de questionar muitas coisas.
Eu tbm me questionei se estava com vergonha do meu filho, se estava nos escondendo do mundo, mas não era, eu senti q precisava desse tempo e que durante ele precisava me acostumar com a minha nova vida.
Todo aquele papo de luto.
Eu pedi o meu luto como já disse aqui.
Acreditem ou não, 9 meses depois, agora em dezembro, sinto a Nova Mãe do Artur nascer, sinto tbm o meu novo filho nascendo.
A gente tem saído de casa com mais frequência, até passeios em pizzarias, locais públicos fechados, ônibus, praia.
E, se antes qdo ele fazia suas birras, eu me sentia constrangida pelos olhares, agora eu sequer os vejo.
Não vejo nada, eu só me foco nele, tento mostrar com carinho e aconchego q podemos fazer outras coisas além daquelas q não podem e tudo vai se acalmando.
As pessoas por sua vez, veem a minha calma, a minha segurança e não olham mais como eu antes via, não falam mais nada como antes falavam.
Algumas, raras, perguntam:
- Seu filho tem algum problema??
E eu respondo?
- Q tipo de problema uma criança pode ter? Não, ele é autista, não tem problema algum.

Hj eu sinto como se estivesse em trabalho de parto, prestes a parir.
Parir um novo mundo, uma nova mãe, um novo filho e uma nova vida.
E é muito gratificante isso, pois é onde eu vejo q tomei a decisão certa, qdo me dei direito a um STAND BY.
Como 'recompensa', os passeios tem sido mais tranquilos, mais calmos, mais felizes para todos e principalmente para Artur, q tem aprendido a curtir todos esses momentos.

E o q é uma mãe sem a intuição?? Não é??
Aprenda a seguir a sua tbm, recomendo.

Beijos
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