Tome remédio você!!


Tem muitos anos que penso em fazer essa postagem, mesmo sendo totalmente impulsiva e formadora das minhas próprias opiniões e sempre buscando embasamento, achei que não era o momento certo.
Muito interessante isso. Pq nunca imaginei que falaria sobre isso dessa forma.
Hoje me vejo pronta para falar sobre os tão temidos REMÉDIOS.
Na primeira fase do autismo, aquela onde você procura de tudo: médicos, terapeutas, milagreiros e tudo mais. Muitos psiquiatras oportunistas e totalmente financiados pelas indústrias farmacêuticas, além de cobrar absurdos em consultas médicas para colocar um CID num papel, aproveitam-se da fraqueza e do momento de desespero dos pais para dar a tão temida receita: RISPERIDONA.
Também acho que Deus, em sua infinita sabedoria, nunca fez com que eu me deparasse com um médico desse, porque a briga ia ser feia.
Não creio em curas milagrosas, não sou naturalista  e muito menos menosprezo o trabalho de quem buscou qualidade de vida para nossos filhos criando esse e outros remédios.
Mas comigo NÃO!!!!!
Eu, bipolar como sou, NUNCA me adaptei a remédio algum.
Recebi o diagnóstico de 3 psiquiatras, transtorno bipolar também não tem exame e todos foram enfáticos no diagnóstico. Não discuto mais.
Me enquadro perfeitamente nos sintomas, não nego, mas é inquestionável que comigo medicação não funciona.
Depois de 3 anos, de pura enganação, de tentativas desastrosas incluindo alergias e efeitos colaterais detestáveis e até pesados para contar num blog que eu tento fazer que seja doce, eu tive.
Nunca, no meu caso, em momento algum, o custo/benefício compensou, meu médico desistiu de medicação comigo e decidiu me avaliar sem elas.
Acordar tonto, precisando se apoiar pelas paredes, dores de cabeça, irritação, enjoos, angústia, foi tudo o que eu senti quando tome medicações.
Carbamazepina, Haldol, Flouxetina, Lítio, Sertralina, Rivotril, Lamitor, nada, nada disso me ajudou, aliás, só agravou meu quadro e em um dado momento foi desastroso. Quase colocamos tudo a perder.
Artur não dormia.
Já ficamos 3 dias e 3 noites sem dormir.
Saindo às 3hs da manhã de casa para uma consulta médica por conta do transporte oferecido pela Prefeitura, sem grana para o almoço, sempre tudo muito difícil.
A primeira neuropediatra receitou Neoleptil para o sono.
Dei uma noite, duas noites e caí em si.
Como posso ter coragem de fazer meu filho sentir tudo o que eu senti??
Doei o remédio.
Não sou à favor de medicação para o autismo,somente depois que todas as outras possibilidades foram esgotadas.
Rotina, terapias, lar tranquilo, momentos de prazer, preparo para o sono, aquele igual como fazemos com recém-nascidos.
Instituir uma rotina da hora em que ele acorda,até a hora de dormir foi fundamental para nossas noites de sono.
Artur toma um banho, ouve sua música favorita e dorme, em 5 minutos. Ele já conhece os horários, as sequências e se você não faz, ele cobra.
Ver meu filho dormir em paz e acordar sorrindo, ou com preguiça de ir para a escola me traz uma satisfação sem tamanho, não é apenas a paz de poder dormir, mas a paz de ver que meu filho não precisa dos remédios.
Depois dessa neuropediatra, nenhum outro psiquiatra viu a necessidade de medicação e eu também não vejo.
Daí, estava tudo resolvido.
Nãooooooooooooo!!!
Eu não dormia.
A vida, a rotina, as preocupações, tudo me tiravam o sono.
Eu não conseguia dormir.
Vivia deprimida, chateada, sem vontade de nada, os problemas tomavam meu tempo, meu sono e eu parecia um zumbi.
Em 3 anos de tratamento com o psiquiatra sempre relutei com remédios para dormir.
Claro que eu sou contra os efeitos colaterais, mas a desculpa que usava era a de que Artur ainda é como um recém-nascido, acorda à noite, chora, tem pesadelos, como eu vou tomar um remédio para me 'apagar'?
E ele deixava de lado.
Mês passado eu desisti.
Achei que valia a pena tentar.
Pedi uma receita, falei que precisava dormir.
A receita?? Rohypnol.
Morri de rir quando descobri que é o famoso boa noite Cinderela.
Relutei em comprar, acho que foram 12 dias depois da consulta. 
Mas criei coragem e numa compra grande na farmácia, incluí do tal remédio.
Esperei um feriado prolongado para testar e tomei.
Foram 3 noites onde ao acordar pela manhã senti-me renovada.
Comentei de brincadeira que se tivéssemos mais uma noite tão aconchegante juntos, eu celebraria um casamento.
E na quarta noite, firmamos um compromisso.
O que ficou mais evidente nisso tudo, é que todos os meus problemas eram pela falta de dormir.
Claro que o efeito colateral do remédio é me deixar no 220W, mas dormir, uma noite inteira, conseguir acordar para atender as necessidades do filhote e conseguir dormir rapidamente novamente, não tem preço.
A conclusão que cheguei é de que nunca o problema foi meu filho, suas dificuldades noturnas foram resolvidas com uma rotina fofa de sono e o problema era EU.
Lembro-me de uma vez perguntar a uma mãe: Afinal, quem precisa realmente desse remédio??
Sua filha, ou você???
Não, não digo que você não deva dar remédio para seu filho.
Existem casos que sou totalmente favorável e um deles é na auto-agressão.
Mas não posso negar que creio que o ambiente também interfere e muito no comportamento do autista.
Tentar manter a ordem do lar, batalhar por qualidade de vida para a família inteira é muito mais importante do que uma receita azul.

O que eu recomendo???
Se eu for grossa, digo: Tome o remédio primeiro você. Sinta o efeito dele, se achar que os efeitos colaterais valem a pena, dê.
Mas, sendo gentil eu digo: Dê, mas somente depois de ter esgotado tudo o que for possível.

No meu caso, quem precisava de remédio para ter um lar estruturado e uma família feliz, era EU!!

Pensem nisso!!!

Beijos
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3 comentários:

Roberta disse...

Hoje em dia os médicos receitam remédios para compensar a falta de interesse por uma observação mais apurada, um estudo do paciente. Muito mais prático e rápido rabiscar uns garranchos e encher o paciente de medicamentos que talvez ele jamais precisasse na vida. No caso dos falsos diagnósticos de TDAH mesmo, quando uma criança tem mais energia pronto: Tome remédio!!!

Agora em alguns caos o ato de medicar é fundamental para garantir uma boa qualidade de vida à pessoa. Para a criança hiperativa, por exemplo, imagina a angústia de conviver o tempo todo com uma ansiedade grande, ter que controlar seus impulsos a cada segundo? Tempo este que poderia ser canalizado para o brincar, estudar ser feliz...Se os efeitos colaterais forem suportáveis diante dessa possibilidade vale a pena. Mas se a criança puder conviver com o autismo ou TDAH e ser feliz sem medicação, muito melhor!

Parabéns por ter a paciência de esperar.

Eu não sou ninguém on 5 de julho de 2013 às 23:37 disse...

Eu penso exatamente assim, Roberta!!! Mas o que me parte o coração é ver médicos se aproveitando de pais desesperados e crianças DOPADAS até com Haldol, sem necessidade. Sem ao menos lutar pela criança. :(

Anônimo disse...

Pedi a Deus orientação e hoje so trato meu filho com homeopatia

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