Bem, todos os dias após o que houve eu fiquei mal.
Mas no sábado eu fui em busca da minha fé, da minha crença.
Precisava de um lugar para abandonar toda a minha angústia, minha revolta e minha dor.
Ao longo desses 3 dias eu só perguntava a Deus pq ele não me amava, pq ele não me deixava com um filho normal, com o Artur bem, como era antes.
Eu regredi.
Senti raiva das pessoas q desprezavam meu filho e q provavelmente tinham filhos sem dificuldades, por isso o desprezava.
Não, não nutri nada de bom esses dias em que estive mal.
Precisava mudar.
Fui atrás da minha fé, fui atrás do q acredito.
Precisava de energia, boa energias.
Enquanto me tratava, enquanto estive lá, orei, fechei os olhos e só senti um único desejo e pedi.
O que eu achei de mais emocionante nesse momento não foi a dor ir embora, não foi chorar mto e colocar a dor pra fora, foi o pedido q veio de dentro, sabe, lá do fundo da minha alma.
Enquanto eu rezava, enquanto eu buscava força em Deus eu fiz só um pedido:
"Deus, por favor, devolva a minha força para enfrentar tudo.
Eu sei q ela tá aqui, tira essa dor de cima dela, leva essa dor embora q ela não é minha e devolva a minha força."
Vi dentro de mim o sentimento mais puro e belo de aceitação, de renúncia que estava adormecido pelas minhas fraquezas.
Não, eu não pedi a Deus para ver meu filho falando.
Não, eu não pedi a Deus para meu filho 'voltar ao normal'.
Eu só pedi a Deus para aceitar e lutar pelo meu filho, seja o q ele for e como for.
Saí de lá revigorada, mais calma.
Saí de lá a Roberta que eu conheço.
A Roberta que xinga, grita, chora, esperneia, reclama, se revolta, mas que entendeu q não adianta desistir.
Uma Roberta forte, louca e adulta.
Creio que eu precise de todas as Robertas que eu sou, mas já aprendi a identificar que a Roberta criança acorda e quer invadir meu mundo qdo as coisas são difíceis e é nessa hora que eu aprendi a me respeitar.
Eu me deixo jogar no chão, espernear, ver o mundo acabar, igual fazemos com uma criança mesmo, até q eu me canse de chorar e compreenda q não muda nada.
E é sempre assim que acontece.
Acordei num domingo ensolarado, feliz, disposta, a primeira coisa que fiz foi olhar para meu anjo, minha vida e beijá-lo.Ao contrário de sábado q passei trancada num quarto escuro e mal o vi.
Procurei aquela dor, aquela faca enfiada no meu peito e ela não estava mais lá, então, agradeci a Deus por estar viva novamente e vivi a minha vida como se deve fazer.
Mas uma etapa de tantas outras foi vencida e eu me superei, cresci mais um pouco, isso q importa.
Grandes ideias brotaram em minha mente tbm, nesse fim de semana, é hora de colocar em prática.
Decidi q não quero mais Artur em período integral na escola. E sei q isso pode me trazer uma luta, ou não.
No dia da conversa com a diretora, ela me disse que Artur não tem estagiária para ficar com ele das 7h30 às 11h00 que é justamente o horário da aula, que sentido fáz?
Também conversei com meu chefe, tenho 15 dias de férias para tirar, chegou a hora.
Minha cidade está engatinhando no atendimento de autistas, temos um CAPS Infantil com fonoaudiólogas, psicólogas, vou atrás disso.
Assim, as tardes do meu pequeno anjo seriam preenchidas com atividades como natação e terapias, mto mais produtivas do q trancado numa sala à mercê de pessoas despreparadas e desinteressadas em seu progresso.
Agora que tudo clareou, vamos à luta. Aproveitar 15 dias ao lado dos meus filhos, coisa inédita em toda minha vida.
Obrigada pelo carinho de todos, hj e sempre!!
3 comentários:
Que bom filha. Tudo vai dar certo.
Te amo
Que maravilha acho que estas muito certa!
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