BATER não é a solução em qualquer idade.


Nos últimos 3 anos de nossas vidas, a loucura tomou conta de nós.
As incertezas nos comandavam e a insegurança nos movia sempre.
Mas sempre quem esteve à frente de nossas preocupações foi o Artur.
Nunca nos esquecemos que tínhamos a Laura, mesmo apesar de seu silêncio em demasia.
Eu sempre disse ao Ro que adolescentes são assim, eu qdo tive meu quarto, amava ficar lá por horas lendo, escrevendo, pensando, vendo TV. Amava ser sozinha.
Nem por isso não a procurávamos para conversar, perguntávamos como foi seu dia, eu sempre dei entradas tbm para saber como ela se sentia.
Mas ela qse nunca falava algo.
Foram 3 anos girando em torno do Artur, antes disso eu fiquei doente, antes disso veio a gravidez e antes dela eu estava doente tbm.
Assim, a educação com Laura, a convivência com Laura ficou deficiente e limitada.
Um passo importantíssimo em ver algo de errado, é ter maturidade suficiente para assumir que o erro foi seu.
Melhor do q reconhecer um erro, é examinar exatamente onde ele ocorreu, pq ocorreu e se dispor a consertá-lo.
Mas como saber que errou na educação de um filho? Como saber que vc não esteve presente o qto ele gostaria ou necessitava? Eles falam???
Sim!! Eles falam!!
Mas eles não vem até vc e dizem que sentem sua falta.
Adolescentes não são assim. Eles tem a sua ânsia, a sua sabedoria, eles gostam de mostrar ao mundo como se deu a sua descoberta. A adolescência vem recheada de rebeldia tbm. De "não levar desaforo" pra casa.
Então, foi assim, num belo dia desses que descobrimos q havia algo de errado com a educação de nossa filha.
Ela foi grosseira com seu pai e ao ser repreendida, foi mais grosseira e o desafiou.
Foi muito, muito difícil não deixar que o pai a repreendesse com uma surra.
Tirei forças não sei de onde para segurá-lo, chorei, pedi implorei. Ele cedeu, por hora, mas cedeu.
Foi uma malcriação grave, foi um teste e qualquer decisão q tomássemos ali, seria decisiva para o resto de nossas vidas. Eu sabia disso, eu preferi não fazer desse jeito, batendo.
Fui no seu quarto, disse q apesar de não deixar o pai lhe bater, não era conivente com a forma q ela agiu. Coloquei-a de castigo. E tive uma bela conversa. Eu expliquei, eu conversei, dei exemplos, falei sobre mim, falei sobre o pai, sobre ser filha tbm.
Foi uma semana, no quarto, só saindo para comer e tomar banho. Livros e mais livros lidos.
Até q uma semana depois, o pai vai conversar com ela novamente e ela o recebe com grosseria de novo.
Dessa vez ele não fez nada, esperou que eu chegasse e me contou. 
Eu subi as escadas cega, fui ao seu quarto, ela estava deitada, peguei-a pelo braço, com força, levantei-a da cama com estupidez e gritei: o q pensa q está fazendo? O q pretende com tudo isso? Vc não vai se tornar o q vc quer, eu não vou permitir q vc faça o que quer. Não enquanto for minha filha, não enquanto eu sou responsável por vc.
Ela, toda assustada, chorou. Falei q não admitiria mais esse tipo de comportamento com o pai e com qualquer pessoa que seja.
Saí.
Resolvi conversar com o pai. Ele insistia com a conversa de repressão com violência. Foi uma conversa muito difícil, muito triste tm, mas consegui convencê-lo de que não era importante agirmos depois q acontece. Ela iria apanhar e não resolveríamos o problema, ela faria de novo e o q faríamos? Bateríamos novamente:?? 
Pedi para q tentássemos primeiro agir no foco, no q realmente faz ocasionar as crises de raiva, de falta de tolerância. 
E com muito custo e amor, decidimos agir assim.
Levantei, pedi forças a Deus.
Sei que educar um filho é uma única chance.
Ter um filho é uma viagem, viagem só de ida. Viagem sem volta.
E se vc erra o caminho, se vc não tenta corrigir, não tem jeito, vc o perde.
Ter um filho é ir para uma viagem sem bússola, sem GPS, talvez só ter as estrelas para nos dar direção.
Fui ao seu quarto novamente, perguntei de onde ela tirou que agir como  tem agido iria lhe render boas coisas.
Quais amigos agem assim e são felizes? Quais livros q ela lê e pessoas assim são felizes e prosperam?
Quais filmes, quais séries?? Q familiares???
Só tive respostas negativas.
Mas pude ver seus olhos compreenderem o q eu dizia.
Perguntei então q raios de burrice era aquela. Afinal, erramos por não saber, mas qdo errarmos sabendo, não tem justificativa, é uma tremenda burrice.
O primeiro passo para seguir um caminho ruim, é o conhecimento.
Vc sabe q malcriações para os pais é ruim e faz. Lá no futuro, vc sabe q usar drogas é errado, mas usa. Vc sabe que roubar é errado, mas rouba.Ninguém faz nada disso sem saber, Todo mundo se arrisca a pagar as consequencias. E com ela não seria diferente.
Naquele momento, pude notar nos seus olhos q ela compreendeu o qto estava sendo infantil, imatura, no qto era amada.
Em todas nossas conversas, o amor imperou., sempre!!
Falei q Deus nos uniu, quer algo de nós e nós, seus filhos, temos q atendê-lo.
Levei-a para o nosso quarto, fiz nós 3 darmos as mãos e pedi para prometermos nos amar, nos respeitar, nos unir sempre em prol da vontade de Deus. Pq ela é sempre que prevalece.
Não tenho religião q sigo, não curto algumas formas pedantes de religiosidade, mas acredito sim na força e no poder de Deus e sim, ensino para a minha filha q devemos viver conforme a Sua vontade.
Ela desabafou bastante sobre o q sente, tentamos ser carinhosos o máximo possível com ela, compreenssivos tbm.
No outro dia, Laura era outra menina. Feliz, disposta, alegre, faladeira.
Nos ajuda DEMAIS.
Foi uma semana incrível, fomos muito felizes, mais unidos,
E, baseado nesse comportamento doce dela, é q decidimos que o castigo poderia acabar.
Acredito q todo mundo tenha aprendido a lição.
Papai entendeu q BATER não é a solução para tudo.
Mamãe aprendeu a unir a família.
E Laura compreendeu q o caminho do amor, do respeito, da compreensão é o melhor q existe.
Por 3 anos necessitamos priorizar Artur em nossas vidas.
Mas agora, aparentemente, tudo está sob controle com relação a ele.
Então, decidimos que esse ano, nossa prioridade será a Laura.
Ela fará 14 anos, é uma idade muito importante na vida dela e queremos fazer parte disso.

Bem amores, é isso!!!
 É bom dividir coisas boas tbm.




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3 comentários:

Eloise Scheer on 24 de janeiro de 2012 às 11:14 disse...

Olá. Adorei seu blog, também sou totalmente contra "palmadas". estou te seguindo! Bjus!

Cristina Pires on 25 de janeiro de 2012 às 11:40 disse...

oi Rô, vc já viu a nova matéria que saiu...?
http://gabrielanjodeluz.blogspot.com/2012/01/muotri-reverte-autismo-classico-e.html

Juliane Aguiar on 28 de janeiro de 2012 às 12:24 disse...

Sabedoria é tudo! É o melhor para resolver os conflitos! parabéns!

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