O porquê deste BLOG.


Sei que esse texto deveria ter sido feito no começo, mas nunca é tarde para começar.
Depois da minha última postagem, muita gente chorou comigo, uma delas foi meu padrasto que é uma pessoa muito legal. Minha mãe ao me contar, disse a ele para amenizar que meu blog era depressivo.
Desde então estou a pensar se isso é verdade.
Mas convenhamos, eu sou depressiva, eu só escrevo melhor qdo estou triste, não sei explicar, mas sou assim, sempre fui. Eu sei descrever o q a minha alma sente. Acho q é isso e assim, como muitas pessoas sempre conseguem lembra-se melhor das coisas ruins q lhe aconteceram, eu conto melhor.
Olhando para trás. Não vejo somente postagens ruins ou tristes. Mesmo pq eu tenho um outro blog para q eu possa ser eu mesma nele, aqui, nesse eu tento apenas ser mãe. E, como na vida temos q ser muitas ao longo de nossos dias, pq eu não posso ter um blog para ser mãe e outro para ser eu mesma, não é?
Voltando para o propósito deste blog, eu o criei pq eu queria q meus filhos pudessem lê-lo, onde eu contaria como é ser mãe deles, as alegrias, as angústias e os anseios da maternidade.
Quando eu o criei, meu filho era pequeno ainda, eu sequer imaginava o q é autismo, mas mesmo assim(né?rsrs), eu amava ser mãe, hj ainda mais.
Teve uma época, q eu o desativei, não excluí pq o Blogger não nos dá essa oportunidade, se pudesse, assim teria feito.
Daí, um dia, o Autismo bateu à minha porta.
Então, eu saí pelo orkut desesperada, despreparada. Corri, como uma louca, em busca de respostas. Algumas tão simples, tão banais, mas até mesmo as mães de filhos autistas não conseguiam me responder. Senti falta de aconchego, de compaixão, de solidariedade. Não culpo as mães de autistas por isso, entendo perfeitamente q a gente esquece isso e vai viver o melhor para eles.
Foi aí, q numa dessas comunidades eu encontrei a Fabi.
Moramos em cidades vizinhas, temos filhos praticamente da mesma idade e estávamos vivendo o MESMO MOMENTO: Acabávamos de descobrir q tínhamos um filho autista.
Eu me apeguei a ela de uma maneira tão especial. Saber q ela precisava de força, me dava força, às vezes eu engolia meu choro para secar o dela e sei q ela fazia isso tbm.
Daí veio a necessidade de dividir.
Dividir o que algumas outras mães não podem pelo tempo escasso, ou não sabem tbm.
Dividir a DOR.
Não passar a minha dor para elas nem pra ninguém.
Apenas ter coragem de gritar para o mundo q ser mãe especial é lindo, é sublime, é uma lição de vida, mas tbm DÓI DEMAIS!
Falar disso sem vergonha, sem culpa, sem esconder as lágrimas, os medos, sem esconder a ignorância.
Para mostrar todo o processo dar dor se transformando em força, em luta, em amor maior, em felicidade.
E eu sei que toda mãe q tem um filho com a mínima limitação que seja, ao ler meu blog vai se identificar e foi essa falta, essas ausência de identificação que me fez reativar o blog e voltar a escrever.
Quis tbm dividir o mundo das mães especiais com vc que não tem filhos especiais. Pq o comum é a mãe se fechar na correria, na luta, no amor e não ter tempo de dividir. Dividir uma vida diferente com quem não é diferente.
Incluir, juntar todos em prol do amor.
Não é um canto depressivo, não é o lugar mais alegre do mundo tbm.
Não tenho pretensões de ensinar nada a ninguém, tenho apenas necessidade de dividir coisas q não encontrei praticamente ninguém para dividir comigo.
Mas tudo tem o seu lado bom. Não fosse essa falta, talvez hj eu não estivesse aqui dividindo minha maternidade com vcs, dividindo meus sentimentos com vcs.

Me expor???
Quem sou eu? Não sou ninguém! Sou um rosto, uma mãe, uma mulher, como vc, como sua esposa, como sua mãe, sua irmã.
Eu sou apenas aquela pessoa que vc conhece e gosta, pq encontra um pouco de mim dentro de vc. 
Eu tbm posso ser aquela pessoa q vc não gosta, mas ainda assim, é pq tem um pouco de mim em vc.
E é pra isso q eu escrevo.
Para mim, para vc, para meus filhos qdo crescerem.
Para não sufocar nada dentro de mim.
Para derrubar barreiras, para desmentir que mães especiais não podem chorar, que mães especiais não são felizes e que mães especiais devem apenas ficar caladas e cuidar de seus filhos.
O mundo me pertence, pertence ao meu filho e ao seus tbm.
A inclusão do meu filho no mundo começa aqui e não tem fronteira para terminar.

Beijos
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